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Morreu Herberto Helder, o maior poeta português da segunda metade do século XX

O poeta Herberto Helder, nascido em 1930 no Funchal, morreu ontem, segunda-feira, em Cascais, não sendo conhecidas ainda as causas da sua morte. Tinha 84 anos.

O autor de “Vocação animal” e “A cabeça entre as mãos” era justamente considerado o maior poeta português da segunda metade do século XX. A crítica literária situa a sua linguagem poética, que no início, nos anos de 1960 navegava em imagens surrealistas, nas proximidades do universo da alquimia, da mística e da mitologia edipiana.

O seu mais recente livro de poemas, editado em Portugal no ano passado, é “A morte sem mestre” (Porto Editora). Em 1994, o poeta foi distinguido pela sua obra com o Prémio Pessoa. No entanto, querendo manter-se um «poeta oculto», recusou receber o galardão, pedindo ao júri: «Não digam a ninguém e deem o prémio a outro», recorda esta manhã o site do “Expresso”.

Homem de vários ofícios, foi angariador de publicidade em Portugal e teve trabalhos marginais no estrangeiro, dedicou-se depois à profissão de bibliotecário, antes de abraçar o jornalismo. O seu primeiro livro, “O Amor em Visita”, foi publicado em 1958, quando frequentava o círculo modernista do Café Gelo, no Rossio, onde privava com personalidades como Luiz Pacheco, Mário Cesariny, João Vieira ou Hélder Macedo. Entre as peculiaridades do poeta está o facto de os seus livros terem apenas uma edição.

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