Arquivo

Vítor Pereira acusa Carlos Martins de tentativa de «golpe de Estado»

Presidente da Câmara da Covilhã divulgou hoje carta enviada à concelhia do PS após destituir o vice-presidente da autarquia.

O presidente da Câmara da Covilhã acusa o ex-vice-presidente da autarquia, Carlos Martins, de uma tentativa de «golpe de Estado» naquele município, lê-se em carta enviada ao PS por Vítor Pereira e tornada pública nesta segunda-feira pelo próprio.

«Houve da minha parte uma infinita paciência e tolerância para com os comportamentos do senhor vereador Carlos Martins, mas tudo, tudo, tem limites! E a tentativa de “golpe de Estado” está claramente para além destes limites», lê-se na missiva onde o autarca explica a retirada da vice-presidência ao número dois e presidente da concelhia da Covilhã.

O documento surge em resposta à moção aprovada por maioria na comissão política concelhia e na qual se solicitava que Vítor Pereira revisse a decisão, pedido que é recusado, pois o sistema jurídico não prevê que os órgãos partidários possam dar instruções ou orientações aos órgãos executivos legitimamente eleitos, ressalva o autarca.

«Enquanto presidente da Câmara da Covilhã, a minha obrigação é, em primeiro lugar, a minha lealdade para com os covilhanenses», sublinha, acrescentando que aquele «não é o local para se discutirem os comportamentos do senhor vereador», mas acaba por apontar o que classifica como «tentativa de golpe de Estado», já que, segundo diz, «outra expressão não pode ser aplicada à atitude do senhor vereador Carlos Martins quando este nomeia, sem apoio legal, o seu gabinete de apoio com a tentativa de criar um executivo dentro do executivo».

«Face à gravidade deste comportamento poderia ter ido mais longe na atitude assumida para com o senhor vereador Carlos Martins; não o fui porque quero ficar convencido de que ainda é possível criar um estado de relacionamento que o exercício do cargo político exige e que os covilhanenses merecem», refere na carta.

Em declarações à agência Lusa, o visado classifica a acusação de «anedótica» e garante que a carta tem «várias mentiras», acusando Vítor Pereira de «falta de lealdade». Carlos Martins também reitera que quer continuar a trabalhar em prol da Covilhã e informa que vai pedir uma reunião com carácter de urgência ao edil.

«“Um golpe de Estado” na Câmara da Covilhã? Isso só pode ser encarado como uma piada. É no mínimo anedótico», declarou, referindo que o presidente está a agir por influência de outras pessoas. «Aceito e aceitei a decisão, mas a forma como tudo se passou foi uma verdadeira facada nas costas. Acho que o senhor presidente não foi leal comigo, devia primeiro ter conversado com este colega de equipa», disse, acrescentado que espera que Vítor Pereira reconsidere.

Sobre o autor

Leave a Reply