As visitas encenadas à antiga judiaria da Guarda e ao Cabeço das Fráguas atraíram 2.166 pessoas entre junho e setembro, revelou a Culturguarda na passada segunda-feira, em conferência de imprensa.
Segundo Américo Rodrigues, coordenador geral da iniciativa, os “Passos à Volta da Memória” dedicados à herança judaica da cidade, numa encenação de Antónia Terrinha e interpretação de Isabel Leitão, tiveram uma média de 34 pessoas por sessão (realizaram-se 54), mas no dia 29 de agosto houve 102 participantes. No total, 1.929 visitantes quiseram saber mais sobre a presença judaica na Guarda. Já a exigente subida ao Cabeço das Fráguas (Benespera), sítio arqueológico sobre um antigo santuário de divindades lusitanas datado do séc. V a.C., atraiu 237 pessoas nas onze sessões realizadas (sempre aos sábados e limitadas a 25 participantes) – uma delas foi adiada para este sábado devido ao mau tempo. João Neca encenou e o grupo Gambozinos e Peobardos, da Vela, interpretou a teatralização desta visita que implicava uma caminhada de 60 minutos até ao topo do monte onde está a famosa laje epigrafada.
«Tendo em conta as características desta proposta, é um grande sucesso», afirmou Américo Rodrigues.
Na sua opinião, «não se pode deixar de aproveitar as dinâmicas criadas» com ambas as atividades na divulgação da cidade, que custaram um total de 28.500 euros, dos quais 22 mil foram gastos na visita encenada à judiaria. O responsável sugeriu também que os próximos “Passos à Volta da Memória” possam acontecer fora da cidade. Virgílio Bento, vereador com o pelouro da Cultura, sublinhou que a autarquia tem «interesse» em continuar a atividade dada «a sua qualidade e importância para dar a conhecer o nosso património», mas que tudo depende do futuro das empresas municipais. «A lei determina o fim daquelas que não são rentáveis, mas a nossa luta por um regime de excecionalidade na área da cultura ainda não acabou. Contudo, se a Culturguarda for extinta, a Câmara escolherá outro modelo de gestão para concretizar este e outros projetos», declarou. O também vice-presidente do município mostrou-se ainda preocupado com o fim das isenções nas ex-SCUT, dizendo que a partir de outubro «haverá muito menos gente a visitar a cidade».