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Violinista espanhola foi a melhor no concurso “Júlio Cardona”

Covilhanense Nelson Ferreira ganhou o primeiro prémio em violoncelo

A violinista Lena Mikhailova foi a grande vencedora do quinto concurso de instrumentos de arco Júlio Cardona, que terminou na última quinta-feira no Teatro-Cine da Covilhã. «Uma vitória difícil», confessou a jovem de 23 anos, natural de Espanha e do Azerbeijão, visto tratar-se de um concurso «de grande qualidade».

Lena Mikhailova, que concorria na classe A de violino, ganhou o prémio “Júlio Cardona”, no valor de 2.500 euros, oferecido pela Universidade da Beira Interior. Começou a tocar violino aos seis anos, estudou na Escola Superior de Música Rainha Sofia (Espanha) e formou-se no Conservatório de Madrid com uma menção de mérito. Para além deste galardão, ganhou ainda os primeiros prémios dos concursos internacionais Andrea Postacchini, Milão 2004 e Jeunesses Musicales, de Espanha. No seu currículo, consta também a medalha de ouro em First Palau e a medalha de bronze no Szering Competition no México. Foi uma «escolha muito difícil», confessou o presidente do júri, o maestro Manuel Ivo Cruz, dado o grande nível dos participantes. Na sua opinião, este é um dos concursos com «maior nível» a que assistiu, não tendo dúvidas de que o evento já colocou a Covilhã e Portugal «na rota dos grandes acontecimentos musicais europeus». Opinião partilhada pelo maestro Campos Costa, embora lamente a «falta de público» nas provas, «de grande nível», que decorreram durante a semana.

Rachel Kolly, da Suíça, e Vladen Chernomor, de Uzbequistão, ganharam o segundo prémio ex-aequo da classe A em violino, no valor de 1.250 euros, sendo que a primeira foi a melhor executante da peça obrigatória, “Sonata para Violino e Piano” de Ivo Cruz, no valor de 250 euros. Na mesma classe, mas na modalidade de viola-d’arco, o primeiro prémio de 2.500 euros foi para Anthony Devroye (Bélgica/EUA), ficando em segundo lugar ex-aequo Joana Pereira (Portugal) e Matthew Jones (País de Gales), que ganhou ainda a peça obrigatória de Cláudio Carneyro, “Khroma”. Jiri Kabat, da República Checa, foi distinguido com uma menção honrosa. No violoncelo, o covilhanense Nelson Ferreira foi o melhor, enquanto a alemã Sabine Horleman ficou em segundo lugar e conquistou o prémio da melhor execução da peça obrigatória “Serenata e Dança Portuguesa”, de Óscar da Silva. Apesar de «jogar em casa», Nelson Ferreira, actualmente a estudar em Londres, nunca pensou ganhar: «O meu objectivo era passar a primeira eliminatória», admite o jovem, de 24 anos, que ganhou ainda os galardões do público e do melhor covilhanense na classe A, no valor de 250 euros cada. Junta-se agora aos violoncelistas covilhanenses Filipe Quaresma e Bruno Borralhinho, antigos vencedores deste concurso. «A Covilhã continua a distinguir-se na modalidade de violoncelo», destaca Campos Costa.

Na classe B, o primeiro prémio de violino, de mil euros, foi atribuído ex-aequo ao português Afonso Fesh e ao russo Vladimir Tolpygo. Já o segundo não foi entregue pelo júri, que preferiu atribuir menções honrosas a Marta Botelho Vieira e a Joana Cipriano. Afonso Fesh venceu ainda a peça obrigatória “Sonata para Violino e Piano”, de Ernesto de Mello e Castro, no valor de 125 euros. Em violoncelo, o primeiro prémio foi entregue à espanhola Ana Llorens, que ganhou ainda a execução da peça obrigatória “Canção e Dança”, de Frederico de Freitas. Valter Ferreira ficou em segundo lugar, um prémio no valor de 500 euros, e foi o melhor covilhanense nesta classe. Miguel Fernandes e Pedro Vaz, ambos da Covilhã, mereceram menções honrosas. Na modalidade de viola só houve menções honrosas para David Tejada, Fernando Árias Parra e Lourenço Sampaio.

Liliana Correia

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