A Adega Cooperativa de Vila Nova de Foz Côa, que realizou o primeiro ensaio mundial, volta a recorrer às caves subaquáticas para envelhecer o “néctar dos deuses”. Mas desta vez vai ser lançado na água um vinho produzido por uma só casta, a Touriga Nacional.
Depois do sucesso do primeiro estágio subaquático de vinho realizado no mundo, a cooperativa aposta na mesma técnica de envelhecimento. Cerca de 200 mil garrafas de vinho tinto da região demarcada do Douro vão mergulhar no primeiro trimestre de 2006 nas águas do rio Côa. Mas com uma novidade. Pela primeira vez vai ser submerso um lote, de aproximadamente 50 mil garrafas, de vinho produzido através de uma única casta, a Touriga Nacional. E outro, de 150 mil garrafas, no qual entram as castas Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional. O local escolhido para o novo estágio subaquático será o mesmo do primeiro, junto à ponte sobre o rio Côa, na EN 332, a três quilómetros de Vila Nova de Foz Côa. Tudo porque ali estão reunidas todas as condições técnicas para o envelhecimento, como a ausência de luz e ar e uma temperatura constante. À semelhança da primeira vez, as garrafas serão colocadas a 30 metros de profundidade e acondicionadas em embalagens de 500 unidades cada, concebidas em aço inoxidável. Para a sua colocação serão novamente utilizadas embarcações e gruas potentes. De resto, o estágio prolonga-se por dois anos. Recorde-se que o primeiro ensaio começou em Setembro de 1999 e terminou no dia 29 de Abril de 2001, sendo que o vinho foi considerado pelos entendidos como um verdadeiro “elixir”. Quanto às qualidades do vinho envelhecido nas águas do Côa, os especialistas destacaram, na altura, a sua “juventude”, mas com todas as características de um vinho envelhecido sem oxidação, por redução com ausência de luz e ar. Isto é, encorpado, de cor granada, com a agressividade característica dos vinhos excelentes e portador de uma vinosidade pronunciada.
