«Fuentes de Oñoro e Vilar Formoso vão ficar unidas por um nó», regozija-se António Baptista Ribeiro, presidente da Câmara de Almeida, um projecto que, depois de «muita luta e insistência», recebeu finalmente “luz verde” da Estradas de Portugal (EP). Agora, só resta esperar pelo projecto definitivo, que está a ser elaborado por uma equipa de projectistas portugueses e espanhóis.
«Esta é uma boa notícia para o concelho e também para Fuentes», admite o autarca, que recorda que o ante-projecto de ligação entre a A25 e a “Autovia de Castilla” (A62) está a ser desenvolvido «há muitos anos». Inicialmente estavam previstos três itinerários possíveis, mas nenhuma das opções contemplava uma ligação à zona fronteiriça. Uma delas previa um nó antes de Fuentes de Oñoro e outra um nó em Almeida. Ou seja, o estudo não previa qualquer nó de acesso entre estas duas localidades por causa de uma questão de ordem técnica. Daí que a localidade espanhola se tenha juntado ao município e, em conjunto, reivindicaram alterações ao projecto. «A autarquia manifestou logo o seu desagrado», recorda o edil, então vereador. Na altura ambas corroboraram o ante-projecto com um outro feito pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, em colaboração com o município. «Mas só depois de alguns anos de luta e muita insistência recebemos a “luz verde”», indica António Baptista Ribeiro. Neste momento já há uma decisão e vai haver um nó de ligação.
Das três alternativas em cima da mesa foi escolhida a primeira, aquela que passa «mais próxima do Parque TIR», esclarece o presidente. No entanto, o projecto ainda está em fase de desenvolvimento. Trata-se de um trabalho conjunto entre projectistas espanhóis e portugueses. Recentemente, Baptista Ribeiro pediu uma audiência com um governante «para o sensibilizar para a defesa dos nossos interesses e para dar uma ajuda junto da Comissão Técnica Mista de Portugal», que está a liderar as negociações com Espanha. Até porque está em causa a principal via rodoviária de entrada e saída de mercadorias e passageiros em Portugal. «É uma questão nacional e não só concelhia», destaca. Além de que «não faz sentido» que dois pólos, como Vilar Formoso e Fuentes de Oñoro, que «vivem da passagem de emigrantes e turistas, e dos serviços ficassem sem esta ligação», argumenta o autarca. Para já, «a primeira batalha está ganha, vamos aguardar pelo projecto definitivo», diz confiante. Também o presidente de Castela e Leão reclamou, numa recente reunião transfronteiriça em Zamora, «pela necessidade de se concretizarem os prazos e os recursos para a construção da ligação entre Fuentes de Oñoro e Vilar Formoso». Segundo Juan Herrera, as infraestruturas de comunicação entre Portugal e Castela e Leão são «imprescindíveis» para o desenvolvimento económico e social do território fronteiriço e para a cooperação entre os dois países.
Patrícia Correia