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Vila Franca das Naves quer mais comboios

Construção do IP2 torna estação mais acessível a várias localidades do Nordeste da Beira

A luta pela paragem de mais comboios na estação de Vila Franca das Naves está de volta. Além de um movimento de cidadãos, criado nas redes sociais, a autarquia de Trancoso já reivindicou junto da CP e da Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas a paragem de todos os Intercidades da linha da Beira Alta a partir da mudança do horário de verão.

Segundo o vice-presidente da Câmara de Trancoso, esta exigência faz cada vez mais sentido em função das novas acessibilidades rodoviárias, que tornam agora aquela estação de comboios mais “próxima” de várias localidades. «A construção do primeiro troço do IP2 permite um acesso muito mais rápido e cómodo a Vila Franca das Naves», justifica António Oliveira. Da CP, o autarca espera «compreensão» e «uma noção clara de que tem de haver uma conexão entre a via rodoviária e ferroviária». Atualmente, dos três Intercidades diários que partem da Guarda rumo a Lisboa, só dois param em Vila Franca das Naves, um pelas 7h34 e outro pelas 18h27. No sentido contrário para apenas um, com chegada à vila beirã às 17h30. Cidadãos e autarquia concordam que o primeiro troço do IP2 encurta a distância entre a estação e municípios como Vila Nova de Foz Côa, Mêda e Torre de Moncorvo, entre outros.

«Neste momento não pode haver a desculpa da falta de acessibilidade, porque os acessos à estação são fantásticos e só falta que todos os comboios parem», defende também Maria Clara Correia, a dinamizadora do movimento “Queremos o Intercidades a parar em Vila Franca das Naves”, criado este mês numa rede social. Além disso, a exigência socorre-se ainda da «crise nacional», nomeadamente do aumento dos combustíveis e da introdução de portagens nas autoestradas que anteriormente não tinham custos para o utilizador. «As pessoas cada vez mais fazem contas à vida e uma deslocação para qualquer zona do país fica mais barata de comboio do que de carro», argumenta Maria Clara Correia, que chega mesmo a afirmar que as populações do interior só não readquirem o hábito de recorrer aos transportes públicos porque a oferta não é suficiente.

António Oliveira também acredita que a introdução de portagens, já a partir do próximo mês, poderá levar a que «mais pessoas comecem a optar pela via ferroviária». O autarca apresentou, por isso, uma proposta em reunião de Câmara, no final de fevereiro, para que a autarquia se empenhasse nesta causa. Além da empresa e do ministério, foi também notificada a Associação de Municípios do Vale do Côa «para apoiar esta reivindicação pela paragem de todos os comboios, já que também é do interesse destes territórios a Norte, que agora estão mais próximos através do IP2», esclarece António Oliveira. Apesar de ainda não ter analisado o documento, o presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, Gustavo Duarte, concorda que esta reivindicação pode «ser benéfica para o concelho» e, por isso, não vê «nenhum inconveniente» em apoiar a causa.

Para António Oliveira, o pedido feito à CP pela autarquia não anda longe da vontade da população: «Este é também o anseio das pessoas de Vila Franca das Naves e com o qual nos identificamos perfeitamente», assegura. Já Maria Clara Correia, que costuma utilizar este meio de transporte, garante que existe na Beira Alta «um número crescente de gente a preferir viajar de comboio». Este não é o primeiro movimento a exigir a paragem de todos os comboios em Vila Franca das Naves. «Em 1999, um outro cidadão alertou a população e os governantes para esta causa, tendo mesmo havido manifestações», recorda.

Restrições financeiras adiam abertura da linha entre Guarda e Covilhã

A reabertura da linha ferroviária entre a Guarda e Covilhã pode demorar mais tempo do que inicialmente previsto. A circulação encontra-se suspensa desde Março de 2009, altura em que se iniciaram os trabalhos de melhoramento nesta via. A Refer adiantou a O INTERIOR que, em função de «restrições financeiras», a empresa viu-se obrigada a proceder a «ajustamentos na calendarização de um conjunto de investimentos, entre os quais está a Modernização do Troço da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda», escusando-se no entanto a adiantar uma data para a reabertura. «O Plano de Investimentos de Médio de Médio Prazo 2011/2013 está em apreciação no governo pelo que não é ainda oportuno divulgar novas informações sobre a matéria», acrescenta ainda a empresa pública, responsável pela gestão da infraestrutura da rede ferroviária nacional. Ainda assim, a Refer explica que atualmente existem duas empreitadas em curso neste troço, uma no túnel do Sabugal e outra relacionada com a subestação de Fatela/Penamacor. No primeiro caso, trata-se de uma obra orçada em mais de 2 milhões de euros relativa, entre outros procedimentos, «ao reforço da estrutura e do sistema de drenagem do túnel». Segundo a Refer, este é um equipamento que data de 1885, daí a necessidade de intervenção. Já o valor da segunda empreitada está orçada em mais de 3 milhões de euros e consiste na construção da subestação de Fatela/Penamacor, que servirá para fornecer energia à catenária (sistema de distribuição e alimentação elétrica aérea), criada no âmbito da modernização do troço Castelo Branco-Covilhã e Covilhã-Guarda.

Catarina Pinto Intercidades para em Vila Franca das Naves apenas em alguns horários

Comentários dos nossos leitores
Clara Correia maria.c.f.p.c@hotmail.com
Comentário:
Vamos lutar para conseguirmos o objectivo.( Queremos o Intr-Cidades a parar em Vila Franca das Naves) Clara Correia.
 

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