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Viagem ao mundo do brinquedo

Museu de Seia conta com mais de três mil brinquedos antigos e modernos que encantam quem o visita

O Museu do Brinquedo, em Seia, transporta os visitantes para um mundo de fantasia e de sonhos. Com apenas ano e meio de existência, já recebeu 50 mil visitantes, desde escolas, a turistas de várias nacionalidades e até embaixadores, que voltam e trazem mais ofertas para enriquecer a colecção da instituição.

Fazer uma viagem à infância, proporcionar descontracção, esquecer as preocupações e até brincar um pouco, são algumas das razões que levam as pessoas a visitar este espaço. Porque não são só as crianças que gostam de visitar um local como aquele e participar no fim em brincadeiras há muito perdidas na memória e no tempo. O espólio conta com mais de três mil peças, iguais e diferentes ao mesmo tempo. Como explica Madalena Cunhal, directora do museu, «não existem só brinquedos, as pessoas podem apreciar alguns objectos que ligam à infância, como os da escola, da comunhão e vários livros». As peças estão divididas por quatro salas com exposições fixas enquanto uma outra acolhe mostras temporárias. A primeira sala, intitulada “Conhecer o Mundo a Brincar”, revela aos visitantes uma colecção de brinquedos dos cinco continentes, com informação pormenorizada sobre cada um e o seu país de origem acessível através de um CD-ROM. Pode ainda ver-se uma casa de bonecas gigante, decorada de forma semelhante a uma casa típica da Serra. “Memórias de Infância”, a segunda sala, do museu é dedicada aos donativos e ofertas de particulares que quiseram partilhar os seus brinquedos e memórias de infância. «Só foi possível criar esta sala com a generosidade das pessoas, que vêm cá e pensam que os seus brinquedos estão melhor aqui do que fechados em caixas», explica Madalena Cunhal.

A terceira sala, “Brincar é… Sonhar”, chama a atenção para a importância do livro nas actividades lúdicas. Aqui são recriadas histórias de encantar, com manequins vestidos a rigor e em painéis ilustrados. «As crianças que chegam a esta sala ficam encantadas e querem ser elas a contar a história», revela a directora. “Portugal. Décadas de Brincadeira”, é o tema da quarta sala, talvez aquela que os adultos mais apreciam. É composta por várias colecções de brinquedos antigos, revelando a evolução do brinquedo no nosso país, as técnicas e os materiais usados ao longo dos tempos. «Temos brinquedos feitos em pasta de papel, lata, madeira, barro, plástico e cortiça, conta Madalena Cunhal. Mais modernos, o “Action Man” e a “Barbie” são as personagens que ocupam o espaço dedicado à exposição temporária. O primeiro é o boneco de eleição de todos os meninos, tendo o seu produtor, a “Hasbro”, montado todo um cenário que põe os bonecos em acção. Esta exposição estará patente até ao fim do mês. Já a mostra dedicada à boneca mais famosa do mundo, que ainda não tem data de conclusão, surgiu porque, «se tínhamos uma exposição para os meninos, também havia que fazer uma para as meninas», esclarece a responsável. O museu disponibiliza ainda um espaço onde os visitantes podem tomar contacto com alguns brinquedos, ver como se fazem e também fazer. O objectivo desta sala é, segundo Madalena Cunhal, permitir aos visitantes «mexer e brincar um bocadinho com os brinquedos, porque seria frustrante os visitantes verem as peças e não poderem tocar nalgumas delas». Como é um museu em constante mudança, existem alguns projectos para um futuro próximo, a ampliação das instalações e dar continuidade às parcerias com várias entidades são as prioridades do momento, mas a próxima exposição temporária já está preparada e vai centrar-se no duro tema do trabalho infantil.

Elisabete Silva

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