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Veterinária na Guarda é uma decisão «pessoal e racional»

Ministro da Agricultura garante que opção é um ponto assente e avisa que ninguém a pode pôr em causa

Luís Brás Marques deverá ser empossado nos próximos dias como director regional de Veterinária do Centro, cuja sede fica na Guarda. Natural e a residir em Tondela, o até agora sub-director dos serviços na Direcção Regional da Beira Litoral, em Coimbra, vai continuar a viajar diariamente para o seu local de trabalho, mas desta vez para a cidade mais alta. E já sabe que o ministro da Agricultura o quer por cá todos os dias.

Isso mesmo disse Jaime Silva, no último sábado, em Trancoso, à margem de uma visita à Feira do Fumeiro. O governante desafiou mesmo Luís Brás Marques a «criar dimensão com uma boa e grande equipa para acorrer a todos os concelhos». Isto porque a escolha da Guarda para acolher a Direcção Regional de Veterinária é ponto assente. «Foi uma decisão pessoal e racional, porque é uma excelente localização tendo em conta a política de aproximar e localizar o ministério nas zonas rurais, onde temos mais desertificação e abandono rural», sustentou. Nesse sentido, o ministro desvalorizou a contestação gerada na região Centro com a opção da Guarda, recordando que o funcionalismo público «ainda é um meio de emprego muito importante para qualquer região». Por outro lado, admitiu que a lógica foi «simples». No litoral, o emprego na agricultura é inferior a 15 por cento da população activa, enquanto no interior ocupa mais de 40 por cento, pelo que «outra localização não fazia sentido», argumentou. Mas, segundo Jaime Silva, isso não significa que os agricultores do litoral, como os outros, vão «perder proximidade ao ministério, deixarão de ter apoio ou veterinários», pois há alternativas, nomeadamente nas associações do sector.

«O ministério da Agricultura não necessita de 12 mil funcionários e tem a obrigação, com sete mil e a ajuda das novas tecnologias, de fazer melhor do que está a ser feito actualmente», acredita o ministro. E avisa que ninguém pode pôr em causa esta reforma. «Está decidido e é para ser cumprido», sublinha, lembrando que os funcionários vão ser respeitados nos seus direitos. «Exigi a toda a hierarquia que guardassem os melhores. Os outros ficarão num quadro de mobilidade, terão um salário e a liberdade de poder trabalhar no privado, sendo-lhe pago, no mínimo, 66 por cento do seu vencimento actual, para além de ficarem colocados», adiantou. Quanto ao fim da zona agrária de Pinhel, Jaime Silva explicou que a escolha de Figueira de Castelo Rodrigo prende-se com o facto da “cidade-falcão” ser contígua à Guarda – onde fica uma delegação regional. «A lógica de que esta localidade tem mais agricultura e agricultores acabou por prevalecer», afirmou, anunciando que Pinhel terá «um balcão do ministério».

Luis Martins

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