Foi no dia 28 de janeiro de 1916 que nasceu em Melo (Gouveia) Vergílio Ferreira.
Frequentou o Seminário do Fundão e licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra. Foi professor liceal em Faro, Bragança, Évora e Lisboa, no Liceu Camões, onde termina a sua carreira docente.
Ficcionista e pensador, estreou-se nas letras com o romance “O Caminho Fica Longe” (1943), seguindo-se, no mesmo ano, o ensaio “Sobre o Humanismo de Eça de Queirós”. Escritor dos mais representativos das letras portuguesas da segunda metade do século XX, a sua vivência fechou-se no labirinto do existencialismo sartriano. Inicialmente ligado ao neo-realismo, enveredou mais tarde pelo pós-simbolismo de Raul Brandão, desenvolvendo paralelamente uma temática e uma estrutura simbólica que constituem um marco no romance português contemporâneo, especialmente em “Aparição” (1959), com o qual obteve o Prémio Camilo Castelo Branco, da Sociedade Portuguesa de Escritores.
Da sua vasta obra merece ainda destaque “Manhã Submersa”, “Cântico Final”, “Alegria Breve”, Prémio da Casa da Imprensa, e “Até ao Fim”, Grande Prémio de Novela e Romance da Associação Portuguesa de Escritores. De assinalar ainda o diário, publicado a partir de 1981, sob o título “Conta Corrente”, e o volume de ensaios “Arte Tempo”. Morreu em Lisboa a 1 de março de 1996.
Por: Américo Brito
