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Vereador do PS «chocado» com requalificação da Rua do Comércio

Joaquim Carreira não gosta da intervenção e vai questionar o Ministério da Cultura sobre as condições em que o projeto foi aprovado

A requalificação da Rua do Comércio, recentemente inaugurada na Guarda, esteve em discussão na reunião de Câmara da passada segunda-feira. O resultado não agrada ao vereador socialista, e arquiteto, Joaquim Carreira, que se disse «chocado» por aquilo que considera ser «um ato de arquitetura berrante».

O eleito da oposição alega que os postes metálicos encostados às fachadas «cortam a métrica dos edifícios e é dramático que tenham cortado a sua linguagem arquitetónica». Na sua opinião, esta intervenção «não vem acrescentar nada» e é diferente do projeto inicialmente apresentado, onde «os postes estavam ligeiramente afastados, e de repente aparecem aparafusados». Por isso, Joaquim Carreira questiona-se sobre as condições em que foi aprovado o projeto e anunciou que vai interpelar o Ministério da Cultura sobre o assunto. Opinião contrária tem Álvaro Amaro, para quem a requalificação da Rua do Comércio está «muito bonita e vai ficar ainda mais quando a ligarmos à requalificação da Praça Velha». Quanto ao “choque” do vereador socialista, o presidente da Câmara ironizou dizendo que «o choque é político, por perceber que a rua está mais bonita e melhor». Além disso, o «PS não percebe que os tempos mudaram e há uma nova narrativa», acrescentou o edil.

Numa reunião pacífica voltou a estar em discussão a compra de imóvel contíguo aos antigos Paços do Concelho, na Praça Velha. Tal como a autarquia já tinha explicado anteriormente, esta compra vai permitir a continuidade das obras de requalificação do edifício onde ficará a sede da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE). O assunto tinha sido abordado há um mês pelo executivo, mas apenas a título meramente informativo. Na segunda-feira, a aquisição foi aprovada por maioria, com a abstenção de Joaquim Carreira – Graça Cabral não esteve presente por estar de férias. O imóvel está avaliado em cerca de 326.900 euros, mas será adquirido por 348 mil, após um acordo com os proprietários que pediam 400 mil euros inicialmente.

O vereador do PS declarou que qualquer um desses valores é «avultado», tendo em conta o «estado de ruína do edifício, do qual apenas se aproveitam algumas fachadas». O eleito da oposição acrescentou que não podia ser «conivente» com esta compra e referiu que o espaço em causa «deve ser avaliado correctamente», pois «não foi feito um levantamento rigoroso da área». Segundo Joaquim Carreira, «ao preço de mercado, o edifício não deveria valer mais de 200 mil euros, em vez dos cerca de 600 euros por metro quadrado». Contas feitas, a instalação da sede da CIMBSE na Guarda vai custar «mais de um milhão de euros», concluiu o vereador. Na resposta, Álvaro Amaro especificou que a avaliação foi feita por técnicos da CMVM, que houve uma renegociação com os proprietários e que estes aceitaram «baixar o preço para um valor correto à luz da finalidade». A autarquia quer dedicar este imóvel «à atividade económica, para que tenhamos uma boa “Praça Velha”».

“Verão em Alta” até setembro

A autarquia guardense volta a organizar no centro da cidade o “Verão em Alta” para atrair visitantes à cidade. O programa termina a 3 de setembro com a Feira de Antiguidades e Colecionismo e na noite anterior haverá o “Sunset 1056” na Torre de Menagem. Até lá, haverá o Festival de Blues no Jardim José de Lemos (3 a 6 de agosto), concertos nos claustros do Paço da Cultura, “Cinema no Museu” e sessões de contos e poesia na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço. No desporto destaque para a chegada da nona etapa da Volta a Portugal em Bicicleta (14 de agosto) e um torneio interfreguesias de futebol de 7.

Ana Eugénia Inácio

Comentários dos nossos leitores
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Chocado com os estragos, os custos da obra e da festança feitos pela Constança e pagos pelos habitantes da Guarda com taxas, taxinhas IMI, IRS etc.
 

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