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Vencedor do Prémio Vergílio Ferreira é conhecido hoje

Há 38 romances a concurso, um número recorde registado pela segunda vez no galardão literário atribuído pela Câmara de Gouveia

Trinta e oito obras concorrem ao Prémio Literário Vergílio Ferreira 2006, cujo vencedor será conhecido hoje, durante as Festas do Senhor do Calvário. Atribuído anualmente pela Câmara de Gouveia desde 1997, o galardão é dedicado este ano ao romance exclusivamente. E, pela segunda vez na sua história, regista-se um número recorde de concorrentes. O anúncio da obra premiada será antecedido, no auditório da Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, pelo lançamento do livro “Mais Além”, de Emília Daniel Leitão.

«Este é um segundo ano de recorde de inscritos, o que é óptimo», diz, com satisfação, Alípio de Melo, membro do júri, acrescentando ainda que as obras deste ano têm «grande qualidade». E mais não pode revelar. O galardão foi instituído em homenagem a Vergílio Ferreira, escritor natural de Melo, e apenas tem premiado até agora romances inéditos, não tendo sido atribuído por duas ocasiões. Em 2000 (Ensaio), o júri teve em conta as poucas obras a concurso e a falta de qualidade dos trabalhos apresentados. Dois anos depois, também a temática dos Estudos Locais, introduzida em 2001 por sugestão de Álvaro Amaro, actual presidente da Câmara, não foi bem sucedida. À partida, o vencedor tem garantida a edição do seu trabalho, além de um prémio monetário no valor de cinco mil euros. Este ano, o júri é constituído por José Correia Tavares (Associação Portuguesa de Escritores), Cristina Robalo Cordeiro (Associação Portuguesa dos Críticos Literários), Silvina Rodrigues Lopes (professora universitária), Liberto Cruz (escritor) e Alípio de Melo (em representação do município gouveense).

O Prémio Literário Vergílio Ferreira foi instituído em 1997, também com o objectivo de «defender e divulgar a Língua Portuguesa», distinguindo inicialmente um romance inédito. Mas a partir de 2000 passou a integrar, alternadamente, um romance e um ensaio literário, «duas áreas que Vergílio Ferreira cultivou», como refere uma nota da autarquia. Desde 2002 que o concurso inclui, em anos consecutivos, a categoria não literária de “Estudos Locais de Património, História e Cultura do Concelho de Gouveia”. O Prémio já foi atribuído aos romances “Um dia depois do Outro” (1998 – Margarida Marques), “A Reconquista de Olivença” (1999 – Ascêncio de Freitas), “O Claustro do Silêncio” (2001 – Luís Rosa); “Clenardo e o Príncipe” (2003 – Serafim Ferreira) e “Maria Gabriela Llansol, Diário de um Real-não-Existente” (2004 – Carlos Rodrigo da Silva Vaz). Quanto ao livro apresentado no mesmo dia, é «poesia simples e transparente com laivos de profundidade quando o pensamento e o sentimento assim o exigem», escreve Alípio de Melo no prefácio da obra. “Mais além” foi escrito por Emília Daniel Leitão, natural de Arcozelo da Serra e licenciada em Silvicultura, na Universidade de Lourenço Marques (Moçambique). Daí também que o livro seja sobre «poesia da natureza, nomeadamente sobre floresta», adianta Alípio de Melo.

Patrícia Correia

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