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Vandalismo e distúrbios no parque de campismo de Valhelhas

Após cerca de 120 jovens terem sido expulsos na semana passada, a GNR vai estar no local entre as 22 horas e as 4 da manhã

Desacatos, vandalismo, barulho durante a noite, de tudo isto são acusados alguns jovens campistas que estiveram na semana passada no parque de Valhelhas (Guarda) por parte de outros campistas, da administração do parque e de habitantes da aldeia. Na madrugada de 1 de julho esta situação chegou a extremos e os jovens, com idades entre os 16 e 19 anos, acabaram por ser expulsos do espaço, tendo sido solicitada a presença da GNR no local.

A decisão de expulsar os jovens aconteceu após «diversos avisos consecutivos» e numa tentativa de «salvaguardar a imagem» do parque, quando alguns utentes habituais abandonaram o local devido a esses comportamentos, explicou o presidente da Junta de Freguesia de Valhelhas. E ocorreu numa altura em que se avolumavam também as queixas de habitantes da aldeia, que acusam alguns jovens de invadirem terrenos e jardins, de colocarem caixotes do lixo no meio da estrada, de fazerem barulho durante a noite pelas ruas e no parque. Nélson Silva explicou também que estes campistas «faziam um incorreta utilização do parque», tendo havido «algumas torneiras partidas» na madrugada de quarta-feira. Nos dias de maior desordem em Valhelhas estavam acampados cerca de 120 jovens, divididos por vários grupos. Nelson Silva reconhece que poderá ter havido «situações de injustiça com alguns jovens», pois grande parte foi expulsa, mas acrescenta que «não havia alternativa» uma vez que ninguém sabia quem eram os verdadeiros culpados dos distúrbios.

A GNR esteve no local por diversas vezes. O tenente-coronel Luís Cunha Rasteiro disse a O INTERIOR que não foi possível identificar os autores dos desacatos, pois quando a patrulha chegou ao parque a «situação estava normalizada». No entanto, como prevenção, «vamos estar nestes dias no parque de campismo de Valhelhas, principalmente entre as 22 horas e as 4 da manhã, que são as horas mais problemáticas», refere o segundo comandante do Comando Territorial da Guarda. Mas esta não é a única consequência do que se passou na semana passada. Devido aos incidentes acabaram por abandonar o parque de campismo 12 autocaravanas, alguns dos turistas já frequentadores assíduos da praia fluvial de Valhelhas, banhada pelo rio Zêzere.

Por isso, Nélson Silva adianta que a preocupação é agora voltar a «recuperar a confiança dos campistas», sendo que a Junta de Freguesia vai reunir com o Conselho do Parque por forma a serem adotadas medidas que evitem este tipo de situações no futuro. Uma das medidas poderá ser a elaboração de uma lista de jovens que já deram problemas anteriormente de forma a evitar a sua entrada no parque. Para o tenente-coronel Cunha Rasteiro, esta é uma situação que se pode dever ao facto de «ter terminado agora a época de exames e os jovens estão mais ávidos de liberdade», mas o oficial da GNR sublinha que «não pode haver desrespeito pelos outros». Apesar de todo o aparato, a GNR confirma que não foi apresentada nenhuma queixa ou participação. O INTERIOR apurou que alguns pais, chamados ao local, mostraram-se insatisfeitos com a expulsão dos filhos e recorreram ao livro de reclamações do parque de campismo alegando que o espaço «não tem condições».

Ana Eugénia Inácio Adolescentes são acusados de quebrarem as regras do parque

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