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«Vamos mudar a AAUBI para voltar a ter uma imagem credível e de sucesso»

Cara a Cara – Entrevista

P- Assumir a presidência da Associação Académica da Universidade da Beira Interior numa altura em que se desconhece a situação financeira é um risco?

R- É um risco. Já nos foi comunicada, a “grosso modo”, a situação e, em princípio, não é tão preocupante como aquilo que se pintava. A partir daí vamos começar a trabalhar para que a AAUBI tenha a projecção regional e nacional que merece.

P-A primeira tarefa será então mudar a imagem negativa da AAUBI?

R- Sim, mudar a imagem negativa que surgiu nos últimos tempos para uma imagem credível e de sucesso.

P-E como conseguirão essa imagem de sucesso e de credibilidade?

R- Temos em vista alguns projectos que podem trazer alguma dinamização à própria sede e à máquina da AAUBI. Pretendemos devolver assim a sede da associação académica aos estudantes e, ao mesmo tempo, trazê-los para junto de nós, pois precisamos de todos a trabalhar. Não é só o grupo das 19 pessoas da direcção, mais os elementos da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal, mas todos os alunos. Pretendemos motivar os núcleos de licenciatura e convidá-los a trabalhar connosco na área que pretenderem.

P-Que projectos são esses?

R-Não os posso revelar para já porque ainda estão em fase de estudo e há questões legais a resolver. Espero ter tudo tratado dentro de um mês e depois apresentaremos os projectos que temos em mente. Posso adiantar que teremos, em princípio, a antecipação da Recepção ao Caloiro por causa do novo calendário escolar. Será um mês depois do início das aulas. Os restantes projectos destinam-se, essencialmente, às áreas cultural e administrativa, entre outras. A parte administrativa é mais importante porque requer mais atenção da nossa parte, dado ser a orgânica da máquina de trabalho da associação, para além da financeira e de tesouraria. Na parte cultural pretendemos desenvolver alguns trabalhos que sejam benéficos para a associação, para a universidade e para os estudantes.

P-Como é que irão desenvolver um bom trabalho quando há grandes restrições orçamentais?

R-Há algumas ideias para recuperar a credibilidade da AAUBI. As empresas privadas que trabalharem com a associação podem ser também beneficiadas. Temos é que conversar com as pessoas e mostrar a nossa credibilidade. Precisamos de mostrar aos empresários a importância do apoio à associação. O país atravessa graves dificuldades financeiras, mas vamos à luta para tentar que a AAUBI tenha viabilidade económica e realize um bom trabalho.

P-Há a possibilidade da propina atingir o valor máximo no próximo ano lectivo?

R-Sim, há essa possibilidade que será discutida em senado. Se atingir o valor máximo, estamos aqui para contestar. Não concordo com esse valor. A maior parte dos alunos da UBI são da zona do Porto, Braga, Minho e compensa-lhes ficarem numa universidade privada no grande Porto em vez de virem para a Covilhã pagar uma propina tão alta. Quem ganha são as privadas e nunca as públicas. Haverá menos alunos nas universidades públicas, podendo mesmo levar ao encerramento de cursos ou da própria universidade. E isso preocupa-nos bastante.

P-Como é que a AAUBI vai consciencializar os alunos para a implementação do Processo de Bolonha?

R-A discussão em torno do Processo de Bolonha foi uma das nossas propostas na campanha eleitoral, porque achamos importantíssimo consciencializar as pessoas sobre essa nova realidade. Durante a campanha eleitoral, eu próprio me senti intrigado com algumas questões e tive que ir estudar o Processo de Bolonha. É importante elucidar os estudantes sobre o que consiste e o que vai originar o Processo de Bolonha. Juntamente com as propinas, esta questão será também a nossa grande luta.

P-Apesar de terem tomado posse há pouco tempo, acredita que esta direcção será bem sucedida?

R-Estou confiante. O nosso lema de campanha era “Confiamos no Futuro” e tanto eu como toda a equipa está com vontade de trabalhar. Há pessoas que não irão descurar os estudos ao longo do mandato, mas eu estarei na AAUBI a tempo inteiro. É claro que vou tentar fazer o máximo de cadeiras, mas estou aqui para trabalhar, para o quer der e vier porque sei que será um trabalho difícil.

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