P – O que vai ser feito na zona do atual campo de futebol?
R – Este executivo tem outra perspetiva de olhar para a cidade. Ter dinâmica numa cidade não é ter tudo centralizado, mas é ter as coisas espalhadas na cidade para que as pessoas possam circular por ela. A cidade não é assim tão grande e isso dá-lhe dinâmica naturalmente. O que vamos fazer é criar um parque urbano onde está o atual campo de futebol Astolfo da Costa. Pinhel precisa de algo naquela zona para que as pessoas possam conviver. Nos últimos anos criámos em cada bairro um parque infantil, foi algo bem feito, mas originou um problema do ponto de vista social, uma vez que as pessoas não saem do seu bairro e por isso queremos criar algo que as una e levá-las a sair para um espaço público comum. Trata-se de um investimento de cerca de 500 mil euros e contempla a criação de um parque urbano perto das escolas, para os estudantes e todos os pinhelenses.
P – E onde vai ser construído o novo campo de futebol?
R – Irá continuar a ser um campo de futebol, não um estádio, pois temos de fazer as coisas à nossa dimensão, e será construído no local que chamamos carreira de tiro, que está a 250 metros da Câmara, dentro da cidade. Vai ter um campo de futebol de 11 e um outro de sete, ambos com piso sintético, e será uma coisa muito simples, com um investimento de cerca de 1,3 milhões de euros. Vai ser num terreno que pertence à Câmara e que já tem infraestruturas básicas. O campo não ficará no local atual porque não acho que seja o sítio indicado. Vamos lançar o concurso já em janeiro para o campo de futebol, para as piscinas municipais cobertas, que é uma lacuna que temos, e para as piscinas municipais descobertas. Este projeto vai ser uma novidade, pois as que existem há 60 anos em Pinhel vão ser reconstruídas. As piscinas vão ficar no Parque da Trincheira, que já esteve abandonado e que estamos a recuperar aos poucos. O “feedback” é que as pessoas têm gostado daquilo que temos feito. É um projeto para quatro anos e vamos fazendo aos poucos. Vamos também devolver a mata principal aos pinhelenses.
P – Pala também vai ter um campo de futebol sintético?
R – Eu gostaria que todos tivessem todas as condições. O que posso dizer é que é um clube característico do concelho e se houver essa oportunidade terá o seu campo.
P – Fala-se muito que em termos de apoios comunitários não são aceites candidaturas para equipamentos e infraestruturas. As piscinas cobertas serão uma aposta de risco em termos de financiamento?
R – Tenho noção plena de que é uma aposta que vamos fazer e que não vai ter financiamento comunitário. Terá que ser com a capacidade da Câmara. As piscinas não são um luxo nos dias de hoje, mas é essencial e fundamental para as crianças, para os que já têm alguma idade e para os mais velhos. Trata-se de uma questão de saúde e bem-estar e, portanto, vamos fazê-las. Não teremos o projeto que gostávamos, com bancadas enormes e que depois teríamos elevadas despesas de manutenção e de aquecimento. Fizemos este projeto não para ter atividades competitivas, mas para que os pinhelenses possam usar as piscinas para o seu bem-estar. Portanto, reduzimos a nave à dimensão que achamos que pode dar resposta à cidade e, assim, reduzimos também os custos mensais do complexo. O valor global do concurso das piscinas ronda os 1,3 milhões de euros. Podem perguntar por que não fizemos as piscinas e o campo de futebol quando toda a gente aqui à volta tem, estando eu na Câmara há 12 anos, mas são opções e a vida é feita disto. Se calhar, se tivéssemos feito outras opções, hoje estávamos em rutura financeira, com problemas de dívidas e felizmente não temos. Este tipo de investimentos tem que ser feito com cautela. O atual edifício da Câmara foi requalificado ao longo de quatro anos. Em 12 anos de mandatos tivemos seis a funcionar num pavilhão com muito menos condições, mas entendemos que não tínhamos dinheiro e iríamos asfixiar a Câmara se fizéssemos isto num ao ou dois. Portanto, fomos fazendo aos poucos. Será seguramente aquilo que vai acontecer com muitos dos investimentos que vamos lançar agora.