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Valente e Quinaz juntam-se nas críticas a Virgílio Bento

Na primeira reunião de Câmara sem pelouros, o ex-vereador socialista foi acusado de ser um «falso independente» e de ter querido manter as competências na autarquia apesar de se ter desfiliado do PS

Não é todos os dias que Joaquim Valente e Rui Quinaz estão do mesmo lado. Mas foi o que aconteceu na última reunião de Câmara, na passada segunda-feira, por causa de Virgílio Bento. O presidente e o vereador do PSD convergiram nas críticas, com o primeiro a admitir que teria preferido que o agora vereador independente se tivesse demitido de funções e o segundo, sem paninhos quentes, a criticar a «falta de coerência» do ex-vice-presidente da autarquia, que «se desfiliou do PS e queria manter competências na Câmara».

Sem pelouros há uma semana, Virgílio Bento participou na primeira sessão do executivo com o estatuto de eleito da oposição e, como tal, trocou de lugar com o quinto vereador eleito pelo PS, Gonçalo Amaral. O simbolismo deste afastamento da maioria foi consubstanciado como uma declaração no período de antes da ordem do dia, quase em tudo igual à conferência de imprensa da semana passada. Em síntese, o vereador, que leu o documento com a voz embarga, repetiu que a retirada de pelouros não aconteceu por ter sido «incompetente, desleal ou por não ser solidário no exercício das minhas funções. A única razão foi ter-me desvinculado do PS». Na resposta, Joaquim Valente confirmou e justificou a decisão recordando que Virgílio Bento era presidente da concelhia socialista em 2009 e que também participou na elaboração do programa eleitoral para este segundo mandato. «Ao assumir uma candidatura adversária ao PS já não estavam reunidas as condições para que continuasse a integrar o projeto do PS na Câmara da Guarda», concluiu.

Por sua vez, Rui Quinaz considerou a retirada de pelouros uma decisão «natural e inevitável» e apontou o dedo a Virgílio Bento pela sua «falta de coerência». Presidente e vereador convergiram novamente contra as candidaturas independentes, mas o social-democrata voltou a ser mais incisivo: «A sua candidatura é de falsos independentes, porque são gente que vem dos partidos onde até tiveram responsabilidades». O visado não respondeu, mas aos jornalistas, no final da reunião, acrescentou que não concorre «contra os partidos mas em defesa da cidade e do concelho». Também confirmou que votará «ao lado do PS» de acordo com a sua consciência e «sempre que as propostas forem boas para a Guarda», mas o mesmo não assumiu em relação ao PSD. Após a sessão, Joaquim Valente também disse aos jornalistas que teria gostado que Virgílio Bento se tivesse demitido por iniciativa própria e não fosse demitido. «Tendo em consideração que quem lhe confiou os pelouros fui eu, aceitaria que o tivesse feito», disse, recordando que deixou de haver condições políticas para a continuidade do vereador no seio da maioria socialista após a formalização da sua candidatura como independente.

Luis Martins Gonçalo Amaral trocou de lugar com Virgílio Bento, agora mais afastado de Joaquim Valente

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