Joaquim Valente convidou a vereação da oposição a indicar um nome para fazer parte do Conselho de Administração da DABIH, sociedade que vai gerir a construção do futuro centro comercial a nascer na zona da central de camionagem e do mercado municipal da Guarda. João Bandurra foi o escolhido pelos vereadores do PSD e que se junta ao próprio presidente da autarquia e a um representante da Assembleia Municipal a sair da bancada socialista. Uma situação que já não acontecia há muito tempo na Câmara da Guarda.
No final da reunião do executivo que decorreu a semana passada, os vereadores do PSD mostraram-se agradados, mas não surpreendidos com a postura do edil. Joaquim Valente «já tinha referido que queria que este processo do grande centro comercial fosse devidamente acompanhado em sede de assembleia municipal e também em sede de câmara pelos vereadores da oposição», sublinha José Gomes, porta-voz da oposição. Assim, o convite «foi de alguma forma a consequência daquilo que ele pensa sobre o assunto» e que «também vem um pouco na sequência da nossa postura enquanto oposição, ou seja, criticamos e votamos contra aquilo que entendemos que pelo bem da cidade não deve ser apoiado e apoiamos aquilo que entendemos que o deve ser», salienta. Apesar de não terem ficado surpreendidos, os dois vereadores do PSD presentes na reunião, José Gomes e João Bandurra, retiraram-se durante alguns minutos para dialogarem em privado. Uma situação que foi explicada por José Gomes: «Nós funcionamos e pensamos em grupo e, por vezes, há assuntos que a meio da sessão necessitam de ser melhor esclarecidos entre nós. Discutimos entre os dois qual seria a melhor solução e entendemos que João Bandurra era a pessoa que estava em melhores condições para poder participar como vogal no Conselho de Administração da empresa», realça.
Por seu turno, o autarca explica o convite formulado à oposição com uma «questão de postura e de atitude» e que os assuntos da Câmara sejam partilhados «por todos com clareza». «Não queremos tratar de nada nas costas de ninguém. Toda a gestão é feita de uma forma clara e aberta», daí que, havendo a possibilidade da autarquia ter dois administradores no CA, tenha endereçado o convite à oposição. «É um sinal de abrangência que é importante termos nos grandes projectos», frisou. O restante elemento sairá da bancada parlamentar do PS na Assembleia Municipal. A DABIH é uma SA que tem dois accionistas: a Câmara, que detém 10 por cento do capital social, e os promotores, a que pertencem os restantes 90 por cento, «tal como foi deliberado no executivo e aprovado na Assembleia Municipal», sublinhou Joaquim Valente.
“Estádio virtual” na Praça Velha
Entretanto, na mesma reunião foi aprovada por unanimidade uma proposta que visa a colocação de um ecrã gigante e de um relvado sintético na Praça Velha para a transmissão dos jogos de Portugal no Mundial de futebol que se vai disputar na Alemanha, de 9 de Junho a 9 de Julho. “Estamos lá” é a designação da iniciativa que prevê um investimento máximo de 17.500 euros. Vítor Santos, vereador do Desporto na Câmara da Guarda, explica que foi escolhida a Praça Velha «porque é uma zona emblemática» da cidade. Deste modo, a Praça Luís de Camões vai ser forrada com um relvado sintético, que não chegou a ser usado no Euro 2004, enquanto que próximo das arcadas será colocado um ecrã gigante. Para além de todos os jogos da selecção nacional, serão ainda transmitidas as partidas dos oitavos-de-final até à final. Nas Ruas do Comércio e 31 de Janeiro serão colocados pórticos a assinalar a entrada deste campo virtual. Os mais novos não foram esquecidos e, em colaboração com a Associação de Futebol da Guarda, a autarquia vai dar formação desportiva aos alunos do primeiro ciclo na Praça Velha, tirando partido «do carisma da selecção portuguesa». Vai ainda ser realizado um mini-torneio entre escolas do primeiro ciclo do ensino básico.
Ricardo Cordeiro
