A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a proceder ao controlo de pragas em árvores na cidade da Guarda através de injeções no tronco dos exemplares afetados de uma substância com um efeito repelente nos insetos causadores e largadas de insetos “auxiliares”.
«A endoterapia é um método de tratamento mais amigo do ambiente com baixo impacto, comparativamente à pulverização convencional. Necessita de menos produto e não tem perdas pelo vento, para o solo ou para linhas de água», afirma Luís Martins, docente da UTAD e investigador do CITAB (Centro de Investigação em Tecnologias AgroAmbientais e Biológicas). O responsável testou também a utilização de “insetos auxiliares”, predadores das espécies que causam os referidos danos às árvores com o objetivo de equilibrar as populações de insetos e evitar intervenções adicionais. Segundo este especialista, estas pragas são causadas por insetos que sugam a seiva de carvalhos, tílias e cerejeiras, entre outras espécies de árvores. «As consequências são os ramos secos, a queda prematura de folhas e a libertação, pelos insetos, de uma substância colante que flui para o piso e objetos circundantes à árvore afetada», explica Luís Martins.
Os tratamentos são realizados nesta época do ano – na Guarda decorreram na semana passada –, após a queda das flores, designadamente das tílias, «para não perturbar a visita das abelhas». Esta intervenção resulta de estudos sobre o arvoredo da Guarda que a UTAD tem vindo a desenvolver desde setembro do ano passado, sob a coordenação daquele investigador e que implica a realização do inventário arbóreo, diagnóstico e acompanhamento das intervenções realizadas.
