Os tempos são de contenção, o que pode ser uma boa oportunidade para desfrutar de destinos turísticos mais acessíveis e que ficam quase à porta de casa. Assim, O INTERIOR dá-lhe a conhecer uma das zonas balneares da região que este ano já foi distinguida a nível nacional: a praia fluvial de Valhelhas.
Situada a meio caminho entre a Guarda, Manteigas e Covilhã, a praia de Valhelhas impressiona pela sua beleza, conjugando de forma perfeita o cristalino das águas, o verde das montanhas e o azul do céu. Encontra-se na margem esquerda do rio Zêzere, que lhe empresta a calma, frescura e limpidez das suas águas e proporciona a quem a visita a contemplação de toda a envolvente natural existente num dos mais belos recantos do Parque Natural da Serra da Estrela, a maior área protegida do país e habitat para uma grande variedade de espécies de fauna e flora. Este espaço, que surgiu nos anos 80, tem ao todo 16 hectares e 2.500 metros de linha de praia, com um excelente areal. Mas a praia de Valhelhas não tem só património natural, oferecendo também segurança e comodidade, estando dotada de passadiços nas zonas de circulação, parque de campismo, parque de merendas, bar de apoio, posto de primeiros socorros, campo de jogos, área relvada, abundantes sombras naturais e ainda uma rampa submersa de acesso à água.
Por tudo isto, a praia fluvial foi novamente distinguida com a Bandeira Azul atribuída pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), a distinção máxima em termos de qualidade da água e das instalações para os banhistas, e que ali será hasteada pelo quarto ano consecutivo. O presidente da Junta de Freguesia de Valhelhas, entidade que gere o equipamento, fala numa «distinção importante», pois «comprova a qualidade da água e do espaço envolvente», constituindo uma «excelente publicidade». Uma importância que se reflete também na economia local, «pois estamos a falar de uma povoação de 400 habitantes que, nos fins-de-semana mais concorridos, chega a ter 2.500 a 3.000 veraneantes, o que influencia a dinâmica da própria aldeia», destaca Paulo de Carvalho.
O autarca afirma que a atribuição da Bandeira Azul em quatro anos consecutivos reflete também «a aposta da freguesia e do município da Guarda em dotar a praia de equipamentos que lhe conferiram mais qualidade e a tornaram mais segura». De resto, o objetivo é «manter estas boas condições da praia fluvial e do parque de campismo e melhorar aquilo que for possível», para que esta área de veraneio possa «continuar a merecer as distinções que vem recebendo». Na presente época balnear, que em Valhelhas se iniciou no primeiro dia do mês e vai até 30 de setembro, os banhistas podem contar, além da «excelência da praia», com diversão noturna na aldeia, bem como «atividades pontuais» ao fim-de-semana direcionadas para os mais jovens, como “rappel” ou “paintball”, segundo o presidente da Junta.
Certo é que o Festival Serra da Estrela, que constituía um importante chamariz em agosto, não voltará tão cedo a Valhelhas, onde teve origem. «Não nos é possível reunir verbas para realizar um projeto dessa envergadura», admite Paulo de Carvalho. Apesar disso, as expectativas do autarca para esta época balnear são «as melhores», isto porque há «cada vez mais pessoas a visitarem-nos». No ano passado passaram por aquele espaço cerca de 60 mil pessoas, número que, «a manter-se, já será muito bom», considera Paulo de Carvalho. No entanto, o autarca acredita que há condições para aumentar o número de utilizadores, pois «a crise pode levar a uma maior procura de um turismo mais económico».
Preços inalterados
Os preços no parque de campismo e no estacionamento da praia fluvial de Valhelhas mantêm-se relativamente ao ano anterior, a pensar naqueles que procuram férias mais baratas. Paulo de Carvalho afirma que «não fazia sentido proceder a aumentos devido à conjuntura atual» e que os preços em vigor permitem «manter a praia apelativa» para quem tem orçamentos mais reduzidos. Assim, uma estadia no parque de campismo custa, em média, 4 euros diários, enquanto o estacionamento de viaturas superior a meia hora implica o pagamento de 2 euros.
Fábio Gomes 
