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«Uma decisão “neutra” nunca teria escolhido a Guarda para investir»

Coficab, instalada em Vale de Estrela há cerca de quatro anos, necessita de mais dois mil metros quadrados

O Parque Industrial da Guarda poderá acolher, dentro de pouco tempo, um “ninho” de empresas de pequena dimensão. “O Interior” sabe que o projecto está em fase adiantada de execução e que deverá dar entrada na Câmara Municipal brevemente. Proprietária de um terreno no Parque Industrial, a Imoveiga garante que o lote com 4.800 metros quadrados «não é para vender» e que pretende implementar um projecto para uma infraestrutura que «poderá servir como uma “incubadora” de empresas». A iniciativa já está «”alinhavada”» e aponta para dois pisos, cada um com 2.400 metros quadrados, sendo que o objectivo é acolher cerca de dez firmas. A filosofia subjacente a este projecto é a de que «é preferível haver oito micro-empresas com cinco trabalhadores do que uma com 40 funcionários». Ou seja, com este empreendimento, num lote onde se poderia instalar apenas uma empresa pretende-se sedear várias PME’s. Neste sentido, será criada uma infraestrutura com 4.800 metros quadrados, dividida em áreas com 500 ou 600 metros quadrados, uma realidade «adequada aos tempos em que vivemos», para «vender ou arrendar» a «preços competitivos para o mercado». Um dos sócios da Imoveiga critica ainda o papel da SODESIGAL, empresa municipal entretanto extinta, que «não cumpriu a sua missão». Do mesmo modo, considera que a Covilhã, com o Parkurbis, está «alguns anos à frente da Guarda», pois já disponibilizou um espaço que funciona como “ninho” de empresas, acrescentando que a cidade mais alta é a «que tem mais condições», nomeadamente pela sua localização e rede viária. «São precisos empreendedores, privados e públicos, com visão estratégica e que se saibam mexer», sentencia.

Têxteis Evaristo Sampaio pondera criar centro logístico

Proprietária de um terreno no Parque Industrial da Guarda, a Têxteis Evaristo Sampaio, sedeada na freguesia dos Trinta, está a estudar a possibilidade de criar um centro logístico para os seus produtos nesse lote de 7.200 metros quadrados.

De resto, o administrador da fábrica garante que esse terreno «não está, nem nunca esteve à venda» e que só ainda não foi utilizado porque o Ministério da Economia chumbou um projecto de ampliação da empresa que estava previsto para aquele local. Paulo Romão explica que o terreno em causa foi adquirido, em 1989, a 400 escudos o metro quadrado, «enquanto que em cidades vizinhas, como Castelo Branco e Fundão, se vendia a um escudo», lamenta. O objectivo era concretizar um projecto de expansão da actividade no Parque Industrial, mas o Ministério da Economia chumbou essa intenção, alegando que havia «dispersão da unidade industrial». Por isso, «o projecto idealizado para a Guarda teve que ser feito nos Trinta», implicando um investimento de dois milhões de euros para mais quatro mil metros quadrados de área coberta. Um montante considerável, daí que o lote do Parque Industrial ainda esteja por utilizar, até porque «as coisas não se fazem de um dia para o outro», argumenta.

O empresário faz questão de salientar que a sociedade não comprou aquele lote «para vender, mas sim para o desenvolvimento da nossa actividade», acrescentando que «ainda não fizemos lá nada porque não nos deixaram». Entretanto, a Têxteis Evaristo Sampaio está a ponderar a possibilidade de criar, no terreno em causa, um centro logístico dos seus «produtos acabados», o que permitirá «libertar algum espaço de armazenagem» na fábrica dos Trinta.

Ricardo Cordeiro

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