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“Uma besta selvagem de coração partido”

Bilhete Postal

A canção de The Legendary Tigerman fez-me lembrar o Governo. Eles mordem, eles retiram benefícios fiscais, eles aumentam a carga de impostos, taxam mais, reduzem direitos, apertam com as exigências, aumentam custos. Eles vêm exigir a Europa a quem vive como no Bangladesh. Colocam fronteiras de qualidade aos cumpridores que não existem nos chineses que nos invadem. A concorrência é deteriorada por um Estado que não cumpre e um privado que é esmagado por certificações caríssimas. Mas a besta selvagem, à força de corrigir o défice, de diminuir o peso do Estado na economia, a besta contra o estado social (esses preguiçosos, esses langões, esses reformados, esses doentes) tem um coração partido. Eles chegam tristes às conferências de imprensa. Eles acusam os governos anteriores, eles justificam a dentada pela fome que têm passado. A besta selvagem vai com o coração partido. Ela chora, ela grita, enquanto sucumbem os outros que vai esganado, esmagando e partindo. O problema está no crescimento da dívida, na ausência de pagamentos à “troika”, na ausência de obra pública e na morte das empresas, na ausência de efetividade no Estado. A fome da besta selvagem é cada dia maior e não se percebe como gere as calorias que ingere. Nada melhora, nada se corrige. Eles sabem e sucumbem. A besta selvagem vai de coração rasgado.

Por: Diogo Cabrita

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