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Um relógio que pode salvar vidas

Chama-se “Security Watch” e ajuda a monitorizar em tempo real os utentes dos lares e os idosos que vivem sozinhos e isolados

Dois enfermeiros da Guarda, um engenheiro e um gestor formados na UBI e radicados em Caria (Belmonte) juntaram-se para desenvolver um sistema inovador que permite monitorizar em tempo real os utentes dos lares e os idosos que vivem sozinhos e isolados. Com o “Security Watch”, que pode ser um relógio ou uma medalha, a família e os responsáveis das instituições que os acolhem sabem de imediato se alguma coisa está mal e podem agir rapidamente em caso de desorientação, quedas, desfalecimentos, ou mesmo em tentativas de assaltos.

O projeto está a dar os primeiros passos e já está a ser utilizado por 300 idosos em instituições da Covilhã, Fornos de Algodres, Seia, Fundão e, em breve, no novo lar de Santana d’Azinha (Guarda). «É um dispositivo para manter vigiados os utentes de lares e residências séniores sem ter a porta fechada porque a saída inoportuna de idosos, sobretudo dos que sofrem de doenças degenerativas, é um problema para estas instituições», adianta David Coutinho, um dos promotores, com Helder Gomes, do “Security Watch”. O sistema foi desenvolvido no âmbito de uma parceria entre a Vilafarma, uma parafarmácia sedeada em Vila Nova de Tazem (Gouveia) – ligada ao grupo Vitalitas, proprietário de vários lares e residências séniores na região –, e a MPTEC, uma empresa de software radicada em Caria (Belmonte), de Mário Gomes e Rodrigo Scarlati.

O aparelho tem um sensor que aciona automaticamente uma mensagem e chamada telefónica para um número predefinido se o seu utilizar sofrer uma queda. «Um minuto depois começa a receber chamadas até o utilizador atender e dizer se está bem ou mal», explica David Coutinho. Há ainda um pequeno botão SOS que permite alertar o lar ou um familiar em situações de emergência. O “Security Watch” está igualmente equipado com um GPS de alta sensibilidade para detetar quando o idoso sai de uma área predefinida e avisar os responsáveis da instituição, fornecendo a sua localização em tempo real – com uma margem de erro de cem metros – e enviando um SMS, seguido de uma chamada telefónica para o utilizador. Na versão relógio há ainda um sensor de batimento cardíaco e a possibilidade de registar três números de telefone aos quais o idoso pode recorrer em caso de necessidade.

Os promotores, que já investiram cerca de 300 mil euros no desenvolvimento desta tecnologia, têm vindo a divulgar o “Security Watch” junto das autarquias, Misericórdias, IPSS e lares privados e iniciaram esta semana a sua comercialização em Espanha. O objetivo é continuar a desenvolver as suas funcionalidades e aperfeiçoar o sistema: «Os aparelhos têm sido produzidos na China porque é demasiado caro fabricá-los em Portugal», lamenta David Coutinho. Atualmente, o sistema só pode ser alugado mediante o pagamento de uma mensalidade de 17,5 euros por aparelho.

Ricardo Cordeiro Sistema foi estreado com sucesso na Residência Sénior Liatris, em Vales do Rio (Covilhã)

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