Um passo à frente pode levar de seguida um passo atrás. Baloiças mas não andas. Dois passos à frente e um para trás é caminhada muito lenta, mas é andar. Percorrer caminhos ínvios, ou lugares suspeitos tem esse método como previdente. Reflete-se, avança-se, recua-se, volta-se a avançar com a certeza no passo que se dá. Vamos de modo mais firme depois de ter recuado primeiro. Dois prá frente e um pra trás. Os jovens, afoitos e cheios de rubor nas guelras, preferem não recuar, avançam sem temor, aprendendo na exposição. Outros enchem-se de dúvidas e optam por ficar no pé adiante e pé atrás. Não estão parados, não estão impávidos, mas não evoluem, não caminham, não decidem. Os seres humanos são de todos estes matizes. Há gente cobarde e gente audaz. Há gente decidida e outra indecisa. Na escolha dos lugares tudo isto devia ser pensado e os perfis adequados empurrados para os lugares de decisão. Não há mal nenhum em não se ter liderança no sangue. Não há pecado em se gostar mais da construção, da mão na massa que da mão na batuta. Nesta perspetiva, nesta decisão de ver quem são, como percorreram a vida, devemos olhar a escolha para a Presidência da República. Mas o que importa mesmo agora é saber quem deve ser o nosso próximo primeiro-ministro porque essa é a batalha de setembro de 2015.
Por: Diogo Cabrita