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Um novo foral republicano

Opinião

Em nome da República e da Democracia é preciso fazer Justiça à Guarda e redigir um novo foral; e, para isso, nada melhor que ser o próprio povo a discuti-lo e a proceder ao seu novo texto que servirá de luz às próximas gerações. Abaixo a vénia submissa, viva o orgulho e a honra de ser guardense. Abaixo os salamaleques e os ais, mas alimentem-se as ideias. Não chorem e saiam, protestem e fiquem. Lutem, lutemos pela nossa terra.

Eu sei que parecem só palavras, mas também sei que há palavras que alteram os nossos comportamentos, as nossas dinâmicas e o nosso futuro.

A Guarda só sobreviverá através da cultura e do progresso económico. Nunca sem um destes dois vetores de desenvolvimento e felicidade.

«A alma dos povos, como a alma dos homens, precisa de horizontes largos e irrealizáveis” – dizia Manuel António Pina.

Que foral então para a Guarda hoje? E para todo o séc. XXI? Pois bem: se não há financiamento terá que haver ideias, se não há investimento só as ideias salvarão a cidade, porque estas trarão futuro. Algumas ideias avulsas para ajudar a reescrever o foral deixo já aqui.

– Na economia: simpósios, conferências, reuniões, contactos com investidores, grandes ou pequenos de aqui ou de longe, portugueses ou estrangeiros. Centro de Congressos. Ainda atenção ao mundo rural, floresta, agricultura e pecuária.

– Na cultura: conceção e construção de um centro de arte contemporânea que eleve a cidade ao nível da sua altitude – ao lado do TMG. (a GNR que me desculpe). Organizar oficinas de arte. Ganhar o Museu da Guarda. Protocolar com a Gulbenkian ou Serralves. Acarinhar TMG, Centro Cultural, Paço da Cultura e Diocese. Folclore e bandas, música e teatro… e tudo. Poetas e prosadores, pensadores livres, pintores e escultores. E vivam as Associações.

– No Turismo: dar importância ao ar e à água, ao Mondego e ao Zêzere, ao Noeme, ao Diz e às Cabras. Elaborar a carta gastronómica da região, promovê-la e defendê-la, honrando o passado.

Apoiar as pequenas unidades turísticas de aldeia ou quintas viradas para a natureza e a qualidade de vida. Espalhar pelo mundo a restauração da Guarda. Defender as tradições e elaborar a carta de festas e romarias, das crenças e dos santos, dos usos e dos costumes. Nunca esquecer o Hotel Turismo e todos os outros que são sinónimos de muito bem receber.

E muito passeio turístico automóvel, a pé e de bicicleta, de moto e a cavalo.

– Na educação: Guarda com o IPG sempre e muito mais. Guarda com a UBI, que também é da Guarda e é urgente. É mesmo urgente que o campus universitário da UBI chegue até esta cidade não só através do Hospital Sousa Martins, mas também das empresas – gestão, design, engenharias.

E mais e mais: Biblioteca Eduardo Lourenço e Centro de Estudos Ibéricos.

– No desporto: revolução no futebol com uma equipa de seniores única e muitas de jovens, juvenis, iniciados; muitas de amadores, mas uma grande de nível regional.

E basquetebol e andebol, BTT, caminhadas, automóvel, voleibol e ténis, tudo o que mexa. E xadrez e pesca e caça.

– Nas infraestruturas: concluir a VICEG e construir a Avª da “Tijaquina”, edificar a torre de todas as comunicações para retirar as antenas da cidade, limpar as ribeiras e rios, dar acessibilidade aos

bairros e aldeias.

– Na solidariedade: apoiar bombeiros e CERCIG, Bento Menni, S. João de Deus, Augusto Gil e a ADM Estrela, Cáritas e Aldeia SOS, Misericórdia e redimensionar os esforços.

– Finalmente e em suma: cultura e educação, economia e progresso. Nova carta de direitos, novo foral p’ra Guarda, precisa-se.

José Martins Igreja

* Advogado

Comentários dos nossos leitores
Maria Rosa Igreja mariarosaabreu@hotmail.com
Comentário:
Totalmente de acordo Dr. A Guarda só sobreviverá através da cultura e do progresso económico. Maria Rosa
 

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