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Um Natal diferente longe de casa

Há muitos estudantes internacionais no IPG e na UBI que não vão poder regressar ao seu país para festejar a quadra com a família

Nesta altura os preparativos para o Natal começam a apressar-se, mas há quem tenha que passar esta época festiva longe de casa e da família.

É o caso de Isabela Peres, de 26 anos, que veio de Manaus (Brasil) para estudar Enfermagem no Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Chegou no fim de outubro e os custos que agora ia ter com viagens para lá do Atlântico não compensariam. «É um pouco ruim pois todos os anos me reunia na casa de familiares», lamenta a estudante, que vai passar o Natal com o marido em Lisboa. «Vamos conhecer a cidade. Eu tenho primos lá, mas não tenho muito contacto com eles. Talvez eu os encontre», acrescenta. Isabela Peres garante que, além da família, do que vai sentir mais falta nesta quadra será a comida, pois «o tempero é bem diferente daqui». Quem optou por ficar por cá foi Kahinan Pastro. Com apenas 18 anos e proveniente de Porto Alegre, capital do estado de Rio Grande do Sul, o brasileiro está a estudar Engenharia Eletromecânica na Universidade da Beira Interior (UBI). Este é o seu primeiro Natal longe de casa, mas não o primeiro sem a família: «É uma sensação ruim pelo facto de não poder jantar e ter o carinho deles», refere o estudante, acrescentando que, simultaneamente, «vem o sentimento de objetivo concluído por estar a estudar onde escolhi».

A noite de consoada será passada com outros alunos internacionais num jantar organizado pela UBI, na cantina de Santo António. «É importante para que os estudantes não fiquem sozinhos nos seus quartos ou em pequenos grupos», considera Kahinan Pastro. Na sua região não há o tradicional bacalhau, acompanhado com couves e batata cozida. «Faz-se o peru recheado, lombo de porco, diversos doces e a troca de presentes. Acho que não há algo totalmente específico da região sul, mas também há sempre um bom churrasco no almoço de Natal», recorda o estudante, que vai «sentir muita falta de ter a família reunida» e, ainda mais, «da minha sobrinha que acaba de nascer». Já Deimantė Čiupkovaitė resolveu organizar, com um amigo, um «pequeno e encantador Natal lituano» na Covilhã. «Este é o meu primeiro Natal longe de casa. Sinto saudades da família, mas ao mesmo tempo estou feliz porque estou rodeada de pessoas adoráveis que também vão passar o Natal longe das famílias», adianta a lituana de 23 anos, que é estudante Erasmus da UBI.

Reviver as tradições da sua terra é o principal objetivo de Deimantė Čiupkovaitė, que vai «tentar fazer pratos» do seu país e «alguns jogos mágicos com os nossos convidados», uma tradição típica na Lituânia. «Todos os lituanos consideram a véspera de Natal como o feriado mais importante e um dos principais rituais é colocar na mesa 12 pratos que simbolizem todos os meses do ano e que não contenham carne ou qualquer ingrediente que deriva de animais», revela a jovem.

Sara Guterres

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