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Um milhão de euros para espaços verdes e sinalização horizontal na Guarda

Medida foi aprovada na última reunião de Câmara com a abstenção e as críticas dos vereadores do PS

A Câmara da Guarda deliberou, na segunda-feira, adjudicar serviços de silvicultura, limpeza de bermas, requalificação de espaços verdes e sinalização horizontal num valor que ultrapassa o milhão de euros. A decisão foi aprovada por maioria, na última reunião do ano do executivo, com a abstenção e as críticas do PS. Uma posição que irritou Álvaro Amaro, para quem a oposição «não conhece a realidade do município».

Embora Joaquim Carreira reconheça a «necessidade» de alguns trabalhos, o vereador disse discordar «da forma como o executivo os gere», pois estes serviços «poderiam ser executados, por exemplo, pelos bombeiros, pelos sapadores florestais ou até pelos funcionários da Câmara» em vez de serem contratadas empresas externas. A medida permitiria aos voluntários «ganhar outro estofo económico e capacidade para que, de ano para ano, pudessem fazer o trabalho», acrescentou. O socialista afirmou ainda que os eleitos da oposição não têm «nenhuma avaliação para medir se há capacidades por parte da Câmara, mas gostaríamos que, pelo menos, o dinheiro ficasse na região, em vez de ir para empresas de Chaves, por exemplo». Joaquim Carreira acrescentou que gostava que «apenas fosse adjudicado o que a Câmara não tem capacidade para fazer», sublinhando que se trata de «um milhão de euros» e que se o município não tem recursos humanos suficientes «é porque muda de flores a cada 15 dias». E pelas suas contas foram «três anos de adjudicações de prestações de serviço».

Na resposta, o presidente da Câmara discordou do líder da oposição e adiantou que se trata de «80 hectares de espaços verdes na cidade abandonados há 40 anos». Álvaro Amaro lembrou, por outro lado, que «ainda há Juntas que não têm um funcionário ao serviço», pelo que «é impossível» o município ter capacidade para assegurar os referidos trabalhos. «Há políticos que convivem mal com o sucesso», retorquiu o edil, que acusou o PS de «não estar a viver bem com a dinâmica que a cidade criou» com o seu executivo. «Estimular a economia também é ter a cidade mais bonita e atrativa», declarou, acrescentando que se o PS estivesse a gerir a Câmara a Guarda seria «uma cidade sombria sem o poder de atração que tem tido».

Preço da água desce… apenas 2 por cento

Na última sessão de Câmara foi também aprovada a redução das tarifas da água, que se ficará apenas pelos dois por cento. O PS votou favoravelmente porque «uma redução é sempre positiva», mas o assunto não deixou de gerar polémica, pois Joaquim Carreira fez as contas aos números apresentados pelo executivo e concluiu que a redução «não vai além dos 0,98 por cento» comparativamente às tarifas em vigor este ano.

O vereador constatou que há «outros serviços» que vão aumentar, como a ligação do contador. No entanto, Álvaro Amaro garantiu com ironia que se tratará de «um problema de máquinas», pois o desconto que entrará em vigor em 2017 «será mesmo de dois por cento». Os eleitos do PS abstiveram-se neste ponto da ordem do dia por considerarem que a maioria PSD/CDS-PP «dá como uma mão e tira com a outra, pois baixam na água e aumentam a maioria dos serviços». Para Joaquim Carreira, esta decisão «não vai ajudar à economia das famílias» no próximo ano.

Ana Eugénia Inácio

Comentários dos nossos leitores
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Um crime, destrói a quinta da maunça para poder gastar milhões em compra de plantas e flores.
 
Tereza terezardololololo@hotmail.com
Comentário:
Na realidade crimes que ficam impunes, ainda bem que foge para Coimbra. Pela Guarda fez zero, pelos negócios muitíssimo.
 

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