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Um centena de casas degradadas na mira da “Nova Covilhã”

Plano Estratégico para a zona do Varandado já está concluído

A Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) “Nova Covilhã” prepara-se para avançar com intervenções em cerca de uma centena de edifícios no Largo de Eduardo Malta, Travessa do Varandado e Comendador Gomes Correia. O plano estratégico para aquela zona, com a identificação e o tipo de intervenções a efectuar, já está concluído e deverá ser aprovado na próxima reunião do executivo.

O projecto ainda chegou a ser discutido na passada sexta-feira, mas foi retirado da sessão para que os vereadores socialistas pudessem analisar os documentos. A área, com ruas estreitas, casas devolutas ou mesmo em ruínas, será o primeiro alvo da SRU, sendo apontada por João Esgalhado, vereador do Urbanismo e presidente do Conselho de Administração da “Nova Covilhã”, como uma «zona de teste» antes da empresa abarcar todo o centro histórico, a judiaria e as áreas antigas das freguesias. A reabilitação da envolvente ao Largo de Eduardo Malta (do Lar de S. José) está anunciada em “placards” desde Agosto do ano passado, tendo havido obras nalguns imóveis e até demolições de casas em ruínas de alguns meses a esta parte. Mas a intervenção será mais significativa assim que as 100 habitações começarem a ser reabilitadas, «apesar de nem todas precisarem de intervenções profundas», ressalva João Esgalhado. Seja como for, os trabalhos realizados pela “Nova Covilhã”, ou pelos proprietários, terão que obedecer aos critérios estabelecidos no Plano Estratégico.

O regulamento especifica todos os pontos de intervenção, as obras a fazer, os materiais a usar e o investimento a gastar em cada casa. «Estimámos que o custo por casa não será inferior a 20 ou 25 mil euros», calcula o vereador, ressalvando, no entanto, que o orçamento apenas será definido com precisão quando houver acordos com os proprietários e forem identificados os casos em que serão eles a efectuar as obras ou que as delegam na “Nova Covilhã”. As edificações servirão essencialmente para habitação, mas algumas poderão ser aproveitadas para comércio, dado possuírem as tipologias características das construções operárias em que os pisos térreos se destinavam a zonas de trabalho e arrumos. O Plano Estratégico prevê ainda o alargamento da Rua Comendador Gomes Correia, que actualmente «coloca em risco os peões», pois o espaço entre as casas e a faixa de circulação dos automóveis é reduzido. Por isso, a SRU tenciona fazer recuar algumas delas para «proporcionar condições de segurança aos residentes e maior capacidade de intervenção aos voluntários», adianta Esgalhado, anunciando ainda que está prevista a criação de «um pequeno largo» naquela rua.

A constituição da “Nova Covilhã” foi aprovada em Novembro de 2004, com um capital social de 500 mil euros, repartidos entre a autarquia e privados, para comprar, recuperar e vender todo o conjunto dos edifícios degradados existentes no concelho para habitação e comércio. Ao todo, prevê-se a recuperação de cerca de dois mil fogos.

Liliana Correia

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