O arroz dos malandros. Os bagos de arroz cru em molho quente.
O arroz na barriga do pato no forno. O forno quente a assar os patos.
Os pobres bagos cozidos no ventre. Os pobres na barriga dos malandros.
Os malandros têm o ventre cheio de patos.
Alguns patos comem-se com os bagos ainda crus assados dentro.
Outros patos não chegam gordos ao forno e rejeitam-se.
Os malandros querem a gordura no papo.
O arroz dos malandros é farto. Traz o cansaço dos pobres
Que aquecem os fornos onde queimam os patos gordos.
Os malandros nunca pagam os serviços que encomendam.
Estes malandros comem num forno que pedem
Onde assam patos que roubam a trabalhadores que deixam.
O arroz dos pobres vem para a mesa dos malandros
Que o devoram com pato, do esforço do trabalho
Que nunca será pago.
São mais malandros os pobres
Que os deixam safados
Ou os devoradores que comem descansados?
Por: Diogo Cabrita