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Um ano agridoce

1- Era o último debate quinzenal do ano. E que ano! Grande em tudo, no melhor e no pior.

O normal seria que este fosse um tempo de balanço, da crítica severa ao que correra mal, da acusação acutilante aos erros cometidos, do elogio merecido aos bons resultados alcançados, uma antevisão do que nos espera num novo ano que vai começar dentro de dias, quando ainda estava fresco, na memória de todos, a aprovação do Orçamento para 2018.

Nada disso! São as manchetes do dia que marcam a tónica dos discursos.

O órgão de soberania Assembleia da República, reunida solenemente em sessão plenária, estando presente o senhor Primeiro Ministro e todo o Governo, desaproveita este momento de confronto político puro para o transformar numa espécie de revista de imprensa.

Aos partidos da oposição o que importa são os “casos” que a comunicação social divulga e amplia, a espuma dos dias que espicaça a curiosidade natural dos cidadãos consumidores do “facto” feito notícia pré-preparada, como se de uma telenovela da vida real se tratasse.

Raríssimas, CTT, Montepio, Santa Casa da Misericórdia, Vieira da Silva… Tudo dito em vozearia, num alarido de tom ameaçador, como se a razão fosse diretamente proporcional aos decibéis da mensagem.

Não é que os temas não sejam importantes e sérios; grave é eles serem tratados só por estarem na agenda dos “fait-divers” dos jornais, das televisões e dos comentadores do costume…

Como chocante é também a falta de pudor no tratamento das tragédias dos incêndios e a forma como as vítimas são usadas como arma de arremesso político, sem um pingo de vergonha, como se tivessem o exclusivo da compaixão e do sentido de justiça perante a dor e o sofrimento…

Para se ser respeitado é preciso dar-se ao respeito. Na política como na vida!

2- Quando se completam dois anos de Governo de António Costa, os resultados obtidos pela mudança nas políticas demonstram bem que o modelo de desenvolvimento que estamos a seguir é aquele que permitirá colocar o país no caminho do progresso e da prosperidade.

As marcas da governação, mais crescimento, melhor emprego, maior igualdade, consolidam-se em resultados objetivos que credibilizam o país, interna e externamente.

O relançamento do investimento, o fim do ciclo de empobrecimento, a valorização do território, a estabilização do sistema financeiro, uma nova atitude perante a Europa, dignificação do trabalho, maior justiça social, reforço das políticas de coesão social, aposta na escola pública e no Serviço Nacional de Saúde, uma nova geração de políticas de habitação, desafiam-nos a fazer mais e a alcançar ainda melhores resultados em 2018.

Bom ano para todos!

Por: Santinho Pacheco

* Deputado do PS na Assembleia da República eleito pelo círculo da Guarda

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