Arquivo

Última fase do Regadio da Cova da Beira em discussão

Construção do bloco Covilhã-Fundão vai ser posto a concurso no próximo ano

O projecto de construção do terceiro e último bloco do Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira (Covilhã-Fundão) está em discussão pública desde segunda-feira na sede da Associação dos Beneficiários do Regadio, no Fundão. Até ao próximo dia 15, os técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica (IDRHa) estão a atender os beneficiários da zona do Ferro e Peraboa, seguindo-se os do Fundão.

Com esta auscultação, o IDRHa pretende evitar «erros no projecto» e, ao mesmo tempo, satisfazer as necessidades dos beneficiários do sistema de rega, explicou João Afonso, um dos coordenadores do projecto, no último domingo durante a sessão de esclarecimento sobre o regadio promovida pela Junta de Freguesia do Ferro. O bloco Covilhã-Fundão, o maior de todos, com uma área total de 6.650 hectares, será colocado a concurso público no próximo ano, de forma faseada, assim que estiverem definidos os financiamentos no âmbito do Quadro de Referência de Estratégia Nacional (QREN). Primeiro, será posto a concurso a construção das redes secundárias de rega do Ferro e de Peraboa (numa extensão de 700 e 950 hectares, respectivamente), seguindo-se o lançamento da obra para as redes de rega do bloco do Fundão, Fatela e Capinha (abrangendo 12 freguesias). No total, e contando também com as redes viárias, a construção deste bloco deverá rondar os 40 milhões de euros. A obra com quase meio século de existência (os primeiros estudos foram desenvolvidos há 47 anos) apenas deverá estar concluída em 2010.

Actualmente, está apenas em exploração o Bloco da Meimoa, que beneficia uma área regável de 3.400 hectares. Em construção encontra-se a empreitada do segundo bloco (Caria-Belmonte) e o terceiro troço do canal condutor geral (de 28 quilómetros e que engloba também o canal da Capinha, com 3,2 quilómetros). A obra deverá estar terminada em Dezembro do próximo ano, permitindo assim a conclusão do canal de distribuição geral, com 57 quilómetros. Em projecto está a construção de uma central hidroeléctrica junto da albufeira da Meimoa, que apenas aguarda o licenciamento para arrancar. Entretanto, o IDRHa vai abrir um novo concurso público para construir o bloco do Sabugal, o mais pequeno de todo o regadio, com 130 hectares. Esta obra já deveria estar concluída, mas a desistência do empreiteiro atrasou os trabalhos. A totalidade do investimento do regadio ascende a cerca de 122 milhões de euros. Quando estiver concluído, irá beneficiar uma área de 14.400 hectares, 5.800 explorações agrícolas e 17 mil prédios rústicos. Para além disso, produzirá energia eléctrica e abastecerá de água os concelhos de Belmonte, Sabugal, Almeida, Pinhel, Penamacor, Covilhã e Fundão.

Liliana Correia

Sobre o autor

Leave a Reply