A Universidade da Beira Interior (UBI) anunciou que vai criar disciplinas nalguns cursos para preparar os seus alunos e profissionais da Portugal Telecom (PT) para trabalharem no Data Center a instalar na cidade.
Incluída num protocolo estratégico assinado com a PT, as novas unidades curriculares darão «um grande contributo» aos profissionais do futuro centro de dados, com «uma grande componente de inovação», revelou o reitor João Queiroz, segundo o qual esta parceria prevê ainda financiamento de bolsas de investigação e doutoramento. Já neste ano letivo, entram em funcionamento duas novas disciplinas no mestrado de Engenharia Informática e haverá também contributos «na área da energia, eletromecânica, eletrotécnica e eventualmente na área do multimédia», explicou. De resto, as ligações à PT serão feitas sobretudo na área das engenharias, «mas poderá haver outros cursos a cooperar com a empresa e isso é muito importante porque é uma das marcas que mais investe em inovação».
João Queiroz acrescentou que a universidade vai procurar, em conjunto com a PT, «criar oportunidades inéditas para os alunos formados na Covilhã». Na sua opinião, a instalação do Data Center vai levar à criação de novas empresas subsidiárias que terão impacto no tecido económico e social da região. Entretanto, a UBI recebe até final do mês candidaturas para o concurso de ideias WinUBI. A iniciativa pretende selecionar ideias e projetos inovadores, em qualquer domínio científico ou tecnológico, que perspetivem a criação de novas empresas de forte conteúdo inovador com potencial de crescimento e viabilidade comercial. A organização garante «apoio à concretização dos projetos, com acesso a mecanismos de financiamento, assim como a parcerias de negócio».
IPG também quer colaborar
O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) já se mostrou disponível, junto da PT, para formar técnicos que possam vir a integrar a equipa do Data Center que a empresa está a construir na Covilhã.
De acordo com Constantino Rei, o IPG quer colaborar. «Se for necessário, pretendemos desenvolver cursos específicos para satisfazer as necessidades formativas do projeto», adianta o presidente. Com um investimento de 90 milhões de euros nas primeiras duas fases, a Portugal Telecom vai criar um dos maiores centros de armazenamento de dados da Europa e 1.400 postos de trabalho. É, por isso, uma «oportunidade» para o Politécnico da Guarda: «Entendemos que o projeto é de grande dimensão e vai precisar de técnicos qualificados. Nós estamos cá, disponíveis e interessados em colaborar», refere Constantino Rei. O responsável não afasta a possibilidade de criação ou aprofundamento de mestrados e licenciaturas em áreas específicas, mas reconhece que «o mais vantajoso» seria utilizar os Cursos de Especialização Tecnológica (CET). «Podemos moldar o curso à medida das necessidades formativas do projeto e, do ponto de vista da sua criação, não é um processo complexo. Num ou dois anos conseguimos ter no mercado vários técnicos formados com competências específicas na área», sublinha. Por agora, o IPG aguarda uma resposta da PT.
