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UBI e IPG com mais vagas

Na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, que termina a 7 de agosto, a Universidade da Beira Interior conta com mais 62 vagas do que em 2017, enquanto o Instituto Politécnico da Guarda passou das 680 para as 699 vagas.

Por decisão do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, as instituições de ensino superior de Lisboa e Porto ficaram com menos cinco por cento das vagas, que este ano foram redistribuídas pelas restantes instituições, nomeadamente do interior. A UBI aproveitou na totalidade esta alteração e ganhou mais 62 lugares, passando de 1.245 vagas do ano transato para 1.307.

Ainda que veja esta decisão do Governo «pela positiva», António Fidalgo garante que é uma medida que exige outras que lhe deem «consistência». O reitor acredita que a UBI «tem boas probabilidades de acompanhar essa transferência de vagas e de as encher»,pois «reforçámos vagas nos cursos que tinham maior procura, que é onde temos capacidade de resposta». Segundo os dados oficiais, Medicina continua a ser o curso da UBI com mais vagas (140), mas não teve mais lugares. Isso verificou-se em Engenharia Aeronáutica (de 40 vagas em 2017 passou para 45), Bioquímica (de 40 para 45), Arquitetura (de 55 para 60), Ciências Farmacêuticas (de 55 para 60) e Ciências Biomédicas (de 55 para 60). Com um aumento menos significativo ficaram, por esta ordem, Sociologia (de 36 para 40), Ciência Política e Relações Internacionais (de 32 para 35), Gestão (de 57 para 60), Ciências do Desporto (de 57 para 60) e Marketing (de 33 para 35). Quanto à empregabilidade destas licenciaturas, António Fidalgo considera que, no geral, «os cursos da UBI têm todos uma empregabilidade elevada».

A grande novidade é a reabertura da licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial (EGI), com 22 vagas. O curso foi reformulado e passou a integrar conhecimentos multidisciplinares, nomeadamente das ciências exatas, das ciências sociais e humanas e da engenharia para contribuir para a eficiência industrial. Esta formação vem complementar a oferta do Departamento de Engenharia Eletromecânica nesta área científica, uma vez que já ministra os 2º e 3º ciclos em EGI, ambos com «elevada procura» na UBI.

Mais 19 vagas em cursos do IPG

Já o Instituto Politécnico da Guarda beneficiou “timidamente” do corte de vagas nas universidades de Lisboa e Porto, tendo conseguido um aumento de três por cento relativamente ao ano passado. Nesta primeira fase de acesso há 699 lugares, mais 19 que em 2017, sendo que Gestão foi o curso que mais aproveitou, tendo subido de 40 para 45 vagas. Já Enfermagem passou de 70 para 74 e Informática de 44 para 46. «Acabámos por aumentar o número de vagas em Enfermagem, mas não é um número muito significativo», constata o vice-presidente Pedro Cardão, para quem «não serão essas quatro vagas que vão afetar a qualidade», pois este curso é o que tem mais vagas e mais procura no IPG.. Já os cursos de Comunicação e Relações Públicas, Farmácia, Gestão de Recursos Humanos e Turismo e Lazer têm mais duas vagas, enquanto que Desporto e Marketing beneficiaram de apenas mais uma. «Evidentemente que as Engenharias são os cursos com menos vagas porque normalmente não têm tanta procura. Temos cursos com 23/24 vagas, um número idêntico ao do ano passado», acrescenta o responsável.

Em termos de empregabilidade, Enfermagem é também o curso do Politécnico com mais sucesso no mercado de trabalho, segundo o vice-presidente, que recorda que, depois dos anos de crise no setor, «já há abertura de vagas e normalmente os estudantes arranjam emprego facilmente». Do lado oposto está Comunicação Multimédia que tem a segunda taxa de desemprego mais elevada (22,1 por cento), segundo informação do portal Infocursos 2018, onde são considerados os diplomados entre 2012/13 e 2015/16 inscritos no IEFP em 2017. «É um dos cursos que tem grande procura, normalmente enche. Mas depois tem esse handicap porque, pelo menos naquela fase inicial, o mercado não absorve todos os diplomados», lamenta Pedro Cardão.

AAUBI descontente com redistribuição de vagas

«Eis que aquilo que deveria ser uma medida de reequilíbrio territorial e de combate à desertificação do interior do país se torna exatamente no oposto: 52,6 por cento das vagas que foram cortadas em Lisboa e no Porto serão distribuídas por cursos de instituições sediadas no litoral. Não se estará a promover um ensino elitista?», questiona a Associação Académica da Universidade da Beira Interior em comunicado. Esta situação «desagrada» à AAUBI, que não tenciona «desistir desta luta» e considera que o ministro Manuel Heitor está «claramente indiferente à opinião da comunidade estudantil e do movimento associativo».

1.605 bolsas para quem for estudar para o interior do país

O Governo vai disponibilizar 1.605 bolsas de estudo ao abrigo do programa “+ Superior”, assistindo-se a um aumento de 11 por cento face ao último ano letivo e de mais de 70 por cento em relação a 2014/15.

A verba destinada a apoiar os estudantes tem uma majoração, que pode chegar a mais 225 euros por ano, para quem ingressa no ensino superior através do concurso para maiores de 23 anos e para os alunos dos cursos técnicos superiores profissionais. As candidaturas são feitas através da plataforma BeOn, da Direção-Geral do Ensino Superior, e estão abertas até 15 de novembro. O “+ Superior” é um programa de incentivo à frequência do ensino superior público em regiões do país «com menor procura e menor pressão demográfica» e abrange também os estudantes que interromperam os estudos. As bolsas, num valor de 1.500 euros anuais, podem ser requisitadas quer por estudantes que reingressam no mesmo curso que frequentaram anteriormente, quer por aqueles que mudam de instituição de ensino e/ou curso.

Sara Guterres Educação Básica do IPG com menos duas vagas em relação a 2017

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