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UBI atraiu mais 47 alunos que o ano passado

Na primeira fase de acesso ao ensino superior, a universidade conseguiu preencher a totalidade das vagas em 16 licenciaturas

Mais de 82 por cento das vagas disponíveis na Universidade da Beira Interior (UBI) foram preenchidas na primeira fase de acesso ao ensino superior. Um cenário bastante mais animador do que no ano passado, onde apenas 70 por cento das vagas tinham sido preenchidas no mesmo período de candidatura. O reitor Santos Silva mostra-se satisfeito pelo facto da UBI ter ficado «bem colocada» no panorama nacional, o que, na sua opinião, é o «espelho» de que a instituição tem sabido captar os alunos do litoral pela «qualidade e a diferença», principalmente com novas metodologias, laboratórios de investigação bem apetrechados e boas bibliotecas, entre outras infra-estruturas.

«A UBI apostou e está a ser procurada», sublinha o reitor, lamentando apenas a redução das vagas pelo MCES. «Se nos tivesse dado mais vagas, estas teriam sido preenchidas», assegura, acusando o Governo de ter «prejudicado o desenvolvimento da UBI». Das 1.076 vagas disponíveis para o ano lectivo 2003/2004, foram preenchidas 874, equivalendo a um aumento de 47 alunos em relação a 2002, quando apenas concorreram 827 alunos para as 1.180 vagas disponíveis. Das 31 licenciaturas com atribuição de vagas na UBI, os cursos de Medicina (61 vagas), Arquitectura (40), Cinema (35), Ciências da Comunicação (41), Design Multimédia (30), Design Têxtil e do Vestuário (30), Bioquímica (45), Ciências do Desporto (60), Economia (44), Gestão (60), Engenharia Aeronáutica (29), Marketing (35), Psicologia (35), Sociologia (40), Filosofia (27) e Física Aplicada – Optometria e Optotecnia (35) preencheram a totalidade das vagas logo na primeira fase de acesso.

Medicina, com 18,3 valores de média, Psicologia, com 15,9, e Arquitectura, com 15,8, lideram o “ranking” das médias mais altas da instituição, sendo que a mais baixa é de 9,9 no curso de Engenharia Civil, licenciatura onde falta ocupar 12 das 70 vagas disponíveis. Os cursos de via ensino, as engenharias e a matemática foram, à semelhança do ano passado, os cursos menos procurados. Em Física e Química (ensino) apenas um aluno concorreu para 15 vagas disponíveis, enquanto que no ensino de Matemática (20 vagas) e de Informática (27 vagas), apenas foram preenchidas 2 e 3 vagas, respectivamente. O mesmo cenário verificou-se em Língua e Culturas Portuguesas (LCP), onde das 36 vagas apenas oito foram preenchidas. As engenharias Mecânica e Têxtil, com 20 vagas cada, foram as menos procuradas pelos estudantes, pois apenas se candidataram 6 e 3 alunos. Seguem-se Electromecânica (com 12 vagas preenchidas das 20 disponíveis), Electrotécnica (resta preencher 17 das 25 disponíveis) e Química (que apenas preencheu 13 das 30 vagas disponíveis).

Mas o caso mais caricato surge em Matemática Aplicada – Estatística e Computação, onde não houve interessados apesar das 15 vagas. De recordar que esta licenciatura foi aberta no ano passado, tendo então motivado pouca procura. «Para o ano teremos que pensar se vale a pena estarmos a dispensar vagas quando não há candidatos», adianta Santos Silva. No entanto, ressalva que a pouca procura dos cursos de Ciência e Tecnologia não se verifica apenas na UBI, mas «em todas as universidades dos grandes centros», apesar de serem «áreas onde existe emprego». «Mas este problema não é só nacional. É um problema internacional», acrescenta, exemplificando que «até a Alemanha está a importar engenheiros». Daí que, para Santos Silva, seja necessário «um maior esforço de Portugal» para cativar os alunos para estas áreas, onde a «articulação com os diferentes graus de ensino» se torna cada vez mais uma medida necessária.

Liliana Correia

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