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«Tudo faremos para que o PSD perca votos»

Jorge Fael, candidato da CDU à Câmara da Covilhã

P- Quais as suas expectativas para a campanha eleitoral?

R- Situam-se em dois planos. Primeiro, pretendemos apresentar as nossas ideias e projectos, promovendo a discussão política dos assuntos. O outro plano diz respeito à nossa expectativa eleitoral. Pelo trabalho que realizámos ao longo deste mandato, esperamos conseguir reforçar a presença da CDU nos órgãos municipais e na Câmara, para além de conquistarmos mais freguesias além da Boidobra, que é actualmente gerida pela CDU.

P-A CDU «faz falta» na Covilhã?

R- A ausência da CDU, designadamente na Câmara, ficou particularmente evidenciada neste mandato. É evidente que o trabalho da oposição é difícil contra seis vereadores do PSD, mas, na minha opinião, e quando se está nestas condições, o trabalho da oposição tinha que passar pelo envolvimento e pela dinamização da participação pública. E isso não foi conseguido. Aliás, a oposição neste mandato esteve na Assembleia Municipal através da nossa bancada. Sem qualquer receio de comparação, os três eleitos da CDU trabalharam mais do que todos os outros juntos. A comprová-lo estão as dezenas de requerimentos e propostas que fizemos. Nunca votámos não pelo não, mas também nunca dissemos sim pelo sim. Discutimos as propostas e votámos sempre em consciência. E é este trabalho que nos dá a garantia de que, no próximo dia 9 de Outubro, os covilhanenses saberão reconhecer que de facto a oposição foi protagonizada pela CDU.

P-Mas a vitória não está nos planos?

R- O horizonte é conseguir o melhor resultado. Estamos confiantes de que vamos obter um bom resultado, que será reforçar a nossa participação nos diversos órgãos.

P-Acha então que os covilhanenses vão reeleger Carlos Pinto? Que é impossível derrotá-lo?

R- Se o PSD perder votos, vereadores e freguesias é uma derrota evidente. O PSD é o nosso adversário político e por isso tudo faremos para que tenha menos votos e menos eleitos.

P-Qual o aspecto negativo que mais destaca no mandato de Carlos Pinto?

R-São vários. Mas creio que é sobretudo a forma da maioria gerir a cidade como se fosse uma mercadoria que tem que ser vendida a qualquer preço, com a ideia de que “quem não está connosco, é contra nós”. Não houve planeamento nem ordenamento do território, como se comprova nos loteamentos desconexos que continuam a surgir na cidade e o esmagamento do eixo TCT. A Covilhã cresce ao sabor dos interesses do mercado e não em função dos cidadãos. Por isso é que nada foi feito no centro histórico. Há um imenso património monumental degradado e edifícios industriais abandonados à sua sorte. Gerir a cidade e o concelho como se de uma empresa se tratasse, tem a sua expressão máxima na gestão dos serviços públicos municipais, como os tarifários e taxas aplicadas aos cidadãos, a venda das rendas de habitação social à banca e a concessão do saneamento em alta. Câmara e SMAS têm uma dívida de 18,2 milhões de contos, mas não temos nenhum problema estruturante resolvido. Não temos as barragens, o Centro de Artes, a periférica, as ETAR’s, nem acessibilidades fundamentais para as freguesias.

P-E há algum aspecto positivo que destacam?

R- Houve um esforço da requalificação do espaço público, embora decorrente significativamente do Programa Polis. Achamos que devia ter ido mais longe e resolvido os problemas estruturantes da cidade, nomeadamente o tecido urbano consolidado. Também é positivo a expansão das zonas industriais e a criação do Parkurbis.

P- Quais as ideias-base que vai defender?

R- Consideramos essencial o planeamento e o ordenamento do território. Achamos que não devem ser condenados a uma função decorativa nem de exclusiva defesa dos promotores, pelo que vamos defender a revisão do PDM e dos Planos de Pormenor. Depois, temos um estilo e uma gestão completamente oposta a esta e, por isso, vamos privilegiar a discussão e participação dos cidadãos. E defender também uma identidade urbanística, económica, cultural, social e ambiental para o concelho. A defesa da nossa indústria e a requalificação do centro histórico serão outras ideias por que vamos pugnar. Vamos também recordar que há muitas coisas do programa da maioria que não foi cumprido, como os serviços multimédia, a linha directa de apoio ao cidadão, o serviço municipal do desporto, políticas para a juventude e o aeroporto regional. Aliás, acho que este já não é prioritário. Dizer que o aeroporto regional da Covilhã vai ser construído antes da OTA é demagogia. É um projecto que tem que ser ponderado e avaliado num quadro regional e intermunicipal, para que não aconteça como no Parque de Campismo do Tortosendo, que não tem qualquer rentabilidade económica nem social porque o rio está poluído.

Os candidatos da CDU à Câmara

Marco Gabriel, António Fernandes Matos, Mariana Morais, Neves Dias, Mónica Sardinha e Aniceto Rodrigues são os nomes que acompanham Jorge Fael na lista à Câmara. A lista para a Assembleia Municipal é liderada por Carlos Gil.

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