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Triénio 2017-2019 – Renovar a esperança

A Ordem dos Médicos virará as páginas de um ciclo que alterou profundamente a intervenção que a instituição teve na área da Saúde em Portugal.

O bastonário, Prof. Doutor José Manuel Silva, que agora finda o seu mandato, teve uma importante intervenção que modificou a forma como a sociedade portuguesa e o próprio poder político tem encarado os vários problemas na Saúde e, em particular, os problemas que têm dificultado o crescimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Mas, apesar de tudo, este não é um tempo para balanços porque as dificuldades, ao invés de se atenuarem, têm aumentado perigosamente, ano após ano. Concomitantemente, o esforço dos profissionais de saúde tem sido permanente, intenso e árduo. A nossa dedicação e empenho não se compadecem com momentos de trégua. É urgente que se faça um maior investimento no setor da Saúde. No próximo triénio, depositamos grande confiança no nosso bastonário, Dr. Miguel Guimarães.

Para o triénio 2017-2019, o projeto “Ser Médico Hoje – A Ordem na defesa dos Médicos, dos Doentes e da Saúde” assume o desafio de liderar a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, num quadro de responsabilidade ética e moral. No sufrágio do passado dia 19 de janeiro, a equipa deste projeto obteve a maior votação de sempre nesta secção regional.

Exigência e rigor, defesa da qualidade da Saúde e dos direitos dos doentes, defesa dos princípios que levaram à construção de um SNS universal, justo e de acesso para todos, são traves-mestras para a continuidade do trabalho efetuado em nome da Ordem dos Médicos. Tudo isto sem esquecer uma visão global da saúde, respeitando o importante papel do setor privado mas nunca deixando de exigir a mesma qualidade. Este é um tempo de redobrar a coragem, de resiliência, de inconformismo.

Estranhamente, hoje, permite-se que a Saúde chegue a um estado de degradação intolerável. E, ao mesmo tempo, os responsáveis da tutela expressam uma incompreensível satisfação.

É uma obrigação, que advém dos seus estatutos, a Ordem dos Médicos defender a qualidade da Saúde e é um dever deontológico os médicos pugnarem por uma prática da medicina que vá de encontro às necessidades dos doentes. Estes preceitos obrigam-nos a uma responsabilização sem precedentes. Os médicos e a sua Ordem deverão ser os defensores e o garante de todos estes princípios.

Falta de planeamento dos recursos humanos, degradação das infraestruturas, falta de carreiras médicas consistentes, insuficiência de material clínico e medicamentos, emigração dos profissionais, programas informáticos disfuncionantes, peso excessivo de participação das famílias no financiamento da Saúde, subfinanciamento crónico do SNS, unidades de cuidados de saúde primários com insuficientes condições para dar respostas adequadas, são alguns dos muitos problemas do setor. É urgente pugnar pela dignificação dos médicos. Para o triénio 2017-2019 vaticinamos, pois, mais um tempo de esperança.

Por: Carlos Cortes

* Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos

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