O Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior (UBI) inaugurou no último domingo três exposições temporárias, nos núcleos da Real Fábrica Veiga e Real Fábrica de Panos, que ficarão patentes ao público até dia 18 e finais de Junho.
Para além de assinalarem as comemorações do 20º aniversário da UBI, as exposições “Olhares”, “No princípio é a lã…a cultura pastoril” e “Watermarks” destinam-se ainda a assinalar o Dia Internacional dos Museus, a 18 deste mês, este ano sob o lema “Os Museus e os Jovens” e, a dia 20, a Noite dos Museus. Esta última, lançada pelo Ministério da Cultura de França, atingiu já uma projecção internacional. Até 26 de Junho, será possível apreciar no Núcleo da Real Fábrica Veiga a exposição “Olhares”, de João Bugalho. Ao todo, serão 23 telas em acrílico ou óleo que o público em geral poderá contemplar. Nelas, reflectem-se os olhares de João Bugalho sobre a vasta paisagem do Alentejo, onde viveu a sua infância e juventude, mas também sobre alguns dos vultos mais significados da sua vida artística. Nascido em Lisboa, em 1942, interrompeu a pintura para se formar como Engenheiro Silvicultor. Retomou a actividade artística em 1998, onde frequentou cursos de pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes entre 1999 e 2003. Paralelamente, entre 2001 e 2006, frequentou ainda o Curso de Pintura do Instituto de Artes e Ofícios da Universidade Autónoma de Lisboa.
No mesmo local, será possível contemplar ainda a exposição temática “No princípio é a lã …A cultura pastoril”, de Victor Camisão, que estará patente até 30 de Junho. Aqui, poderão ser contemplados mais de 350 artefactos relacionados com a transumância, o quotidiano, a arte e cultura pastoril ou o fabrico do queijo. Objectos reunidos durante um período de seis meses, nos concelhos do Fundão e Idanha-a-Nova, nas «horas vagas» do autor. Com esta exposição, Victor Camisão – que é escultor de profissão- pretende mostrar os objectos tradicionais ligados à pastorícia, como o alfoje de ombros, a azamburra, o cobertor de papa, a roca de fiar, o cajado do pastor ou os utensílios usados na feitura do queijo. Além disso, é possível ainda contemplar os trajes dos pastores ou os utensílios que estes usavam para comer, mas também as armadilhas usadas para apanhar os lobos ou as peias, «peças únicas», destaca o autor, e que serviam para «atrasar o andamento das cabras mais atrevidas».
Já no núcleo da Real Fábrica de Panos (pólo principal da UBI), está patente a exposição de poesia e aguarela “Watermarks”, de Kasia e Jacek Krenz. “Watermarks” é o resultado da simbiose das mundividências de um casal de artistas plásticos, a residir na Covilhã. Nesta exposição, que estará visível até dia 18, os dois artistas apresentam um pouco do seu universo artístico, numa perfeita harmonia de cores e estética. Jacek Krenz nasceu em 1948 em Poznan (Polónia). É pintor de aguarela há mais de 20 anos, mas também arquitecto e professor na Universidade de Tecnologia de Gdansk e na Academia de Belas Artes de Poznan e na UBI. Kasia Krenz nasceu em 1953 em Gdansk e é poetisa, tradutora e pintora.
Liliana Correia