Arquivo

Três candidatos à gestão do Hotel Turismo

Câmara da Guarda espera ter «tudo resolvido» até ao próximo dia 31, último dia da gestão da Transcontinental

A Sociedade de Hotéis Transcontinental, a “Continental”, empresa proprietária do Hotel Continental e outros em Lisboa, e a Predial das Termas de São Pedro do Sul foram os três únicos concorrentes ao segundo concurso público (o primeiro foi anulado) para a futura exploração do Hotel de Turismo da Guarda. As propostas foram abertas na última segunda-feira e, à hora de fecho desta edição, estavam a ser analisadas pelo júri de forma a que o relatório final pudesse ser apresentado na reunião do executivo que decorreu ontem.

Apesar de considerar prematuro pronunciar-se sobre esta questão, uma vez que o concurso ainda está a decorrer, Álvaro Guerreiro, vice-presidente da Câmara, mostrou-se satisfeito com o facto de haver três propostas para a gestão do hotel mais antigo da cidade, esperando que até 31 deste mês, último dia da administração da Transcontinental, esteja «tudo resolvido». Quanto à viabilidade das propostas destes candidatos, Guerreiro explica que irá ser averiguado se interessam ou não «à autarquia, ao hotel e à cidade» ou se terá que ser a empresa municipal, proprietária do imóvel e concessionante da sua exploração há 25 anos, a encarregar-se da gestão hoteleira do mesmo. «É uma das hipóteses que já foi colocada da outra vez», admite o vice-presidente da autarquia, reportando-se à reunião do executivo de Agosto onde este assunto foi tratado pela última vez. Recorde-se, todavia, que nessa altura a oposição lembrou que aquela participada é uma das empresas municipais «sem qualquer viabilidade financeira em termos de futuro» e que tem vindo a defender que o Hotel de Turismo é um tipo de património que «não tem mais justificação» no cenário de aparecimento de novas unidades hoteleiras na cidade, sugerindo mesmo a sua alienação. Uma perspectiva em que não alinha a maioria, garantindo que nunca irá desfazer-se de um equipamento «que faz parte de todo um ambiente cultural da cidade». Nessa reunião foi ainda levantada a questão do destino dos 45 funcionários do Turismo, mas o executivo assegurou que essa matéria irá ser acautelada na nova gestão municipal do hotel.

Para já, nada se sabe quanto ao futuro da unidade hoteleira mais antiga e emblemática da cidade, apenas que a Sociedade de Hotéis Transcontinental continua na “corrida” pela exploração do Hotel Turismo, como acontece há um quarto de século. Pelos vistos, este novo concurso foi de encontro aos interesses da sociedade, cujo administrador, Miguel Paredes Alves, considerou a “O Interior” (ver edição de 4 de Setembro último) ter contribuído para dotar a cidade de «uma boa sala de visitas». De qualquer modo, avisou que «as nossas responsabilidades terminam a 31 de Outubro, conforme consta no contrato de concessão», realçando, porém, que a Guarda «continua a ser uma aposta do nosso grupo». E apesar de defender que é necessário aumentar o nível de conforto e comodidade das actuais instalações, Paredes Alves sublinha que o Turismo continua competitivo porque oferece aos seus clientes um «cunho de tradição, uma arquitectura cuidada e a rusticidade ligada à região, especificidades únicas que as novas unidades não podem oferecer, antes pelo contrário, pois são espaços incaracterísticas que tanto se podem encontrar em Lisboa ou no Porto».

Rita Lopes

Sobre o autor

Leave a Reply