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Tratar da vidinha

Tenho recebido uns mail’s engraçados. Uns a comentar a última croniqueta, outros a dar sugestões, pistas e palpites sobre muitas coisas caricatas. Com as “Noras de Maria” ganhei um verdadeiro clube de fãs (e de detractores). Sou o maior… por dizer o que toda a gente já sabia (à mesa do café dizem que é uma vergonha; que deviam ser todos demitidos; que se andam a governar com o nosso dinheirito; mas em público… cruzes-canhoto)! Ganhar admiradores por falar de pássaros e passarões; de quem, em nome da República, trata é da vidinha, da própria, da dos familiares e amigos: a política está reduzida a isto. No PS, mas também no PSD. A lista de candidatos sugerida pela distrital do PSD para a Assembleia da República comprova a dimensão da mediocridade. Um presidente da Junta que vai ser deputado e um adjunto de Amaro guindado, também, ao nobre lugar de representante da Nação. Depois vem uma mulher. A igualdade de género a isso obriga. Eleva-se a qualidade? Não. Mas melhora-se a imagem: é moderno e bonito ter umas caras larocas no Parlamento (à espanhola). Maria do Carmo impõe a nora? Pois bem, no PSD, António Edmundo, presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo e vice de Amaro na distrital, não fica atrás e impõe a própria esposa, Ângela Guerra. Ninguém lhe conhece currículo político, projectos ou ideias para a região ou o país (e nunca ninguém tinha ouvido falar da sua vocação política), mas alguém tem de ocupar o lugar das mulheres nas listas. Ou será que mais nenhuma social-democrata estava interessada ou disponível para o tacho? Ou será que, afinal, a senhora até tem ideias e projectos até agora apenas transmitidos no recato do lar? Se no PS ninguém se preocupa com promiscuidades, porque motivos o PSD havia de andar com pruridos? E assim, a chefia da distrital está lá toda: nos três primeiros lugares da lista, cada um dos três nomeou um representante e João Prata nomeou-se a si próprio. Isto vai-se parecendo cada vez mais com uma “república das bananas”, com as esposas, as noras, os primos, os afilhados e um dia, se calhar, os animais de estimação…

Por este andar, espero que se lembrem de mim e me arranjem também um lugarzito, estou disponível e resido no distrito. Além do mais, também quero comprar um Mercedes, mas o ordenado de nadador-salvador nem dá para os cremes protectores!

Por: O NAdador Salvador

Nota: Neste período de Verão, publicamos esta rubrica de opinião política “quente”

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