A Transnate, empresa de transportes internacionais sediada em Celorico da Beira, está a realizar um investimento de cerca de 7 milhões de euros, com a aquisição de 50 novos camiões, o aumento de cais na sua central logística e também com a implementação de novos projetos. Com este investimento, a empresa deverá também aumentar a sua capacidade de trabalho e contratar mais cerca de 50 pessoas.
A Transnate – Transportes Internacionais, surgiu em 1968 em França com Jaime Rodrigues. Sob a orientação dos filhos do fundador, Natália Rodrigues e António Rodrigues, foi implementada em Portugal em 1998, com sede perto de Trancoso (Póvoa do Concelho). Já em 2010 foi levada a cabo a construção da nova plataforma junto ao nó rodoviário da Ratoeira (A25), em Celorico da Beira, com um total de 300 mil metros quadrados, onde atualmente tem uma central de grupagem, carga e descarga da frota de 170 veículos e ainda de outros transportadores. Trata-se de um centro logístico que serve toda a região da Guarda, estendendo a sua influência até Castelo Branco e Viseu. O serviço dedica-se a transportes internacionais, com logística focada nos componentes para o setor automóvel, tanto a nível de importação como de exportação. Segundo Natália Rodrigues, «temos contratos com grandes multinacionais que nos transmitem estabilidade e garantias de futuro».
O esforço financeiro exigido por este novo investimento, com aquisição de 50 novos veículos e uma nova aposta na capacidade logística, advém também de um novo serviço contratado na Alemanha que vai implicar uma rota dedicada de 10 veículos para o transporte de componentes automóveis. Aliás, segundo António José Rodrigues, «o serviço na Alemanha é muito exigente, com uma dezena de camiões a carregarem nas mais importantes fábricas de automóveis alemãs» e a viajar para os respetivos destinos. «É um grande passo» que a Transnate vai dar com este contrato, conclui também Natália Rodrigues.
Depois de anos ligados ao transporte de longo curso, há cerca de dois anos iniciaram a atividade de distribuição e logística que agora pretendem desenvolver de forma ainda mais intensa com a chegada à empresa de um novo colaborador com larga experiência no sector a nível nacional e internacional. Carlos Marinho vai coordenar as operações e a logística na empresa. «Vamos transformar esta plataforma em algo importante a nível ibérico, dado que temos uma parceria com grandes operadores logísticos internacionais», revela o novo quadro da Transnate.
Transnate quer liderar a distribuição regional
A renovação da frota é uma prioridade da empresa, estando prevista a aquisição de 50 viaturas até ao final do ano. Neste contexto, a Transnate vai reorganizar a plataforma em Celorico da Beira e construir mais cinco cais de distribuição. As obras já estão em andamento e as encomendas dos veículos já foram feitas, tendo sido assinados contratos com várias marcas fornecedoras (nomeadamente 16 Renault e 23 Iveco). Na totalidade, os novos projetos vão rondar os sete milhões de euros. Tratando-se de um investimento desta dimensão vai também ser necessário alargar o número de postos de trabalho. Entre os atuais colaboradores estão pessoas do Porto, Lisboa e Coimbra, mas essencialmente da região. «Manter os postos de trabalho, as pessoas que trabalham connosco, que se esforçam connosco e poder contratar mais pessoas é um dos nossos objetivos», afirma Natália Rodrigues.
Também a localização da plataforma é algo que faz parte da estratégia da empresa, uma vez que se encontra num ponto nevrálgico da A25, a um quilómetro do IP2 (Beira/Transmontana), e a 12 quilómetros da A23. Estas condições permitem a disponibilidade para todo o tipo de cargas e descargas e transportes desde grupagem a cargas completas com destino a qualquer país da Europa, incluindo países de Leste, com especial incidência no mercado francês. De acordo com Carlos Marinho, «existem operações de logística de parceiros nossos que terminam aqui o transporte internacional» e aqui nasce a distribuição em grupo.
A plataforma em Celorico da Beira recebe cerca de 700 camiões por mês, entre a sua frota e de outros operadores, para carga e descarga, num dos trabalhos de grupagem em que a empresa se especializou trabalhando com dois dos maiores operadores europeus de logística. O principal objetivo da Transnate passa pela diversificação, embora mantendo-se no setor automóvel, bem como chegar à liderança da distribuição regional, apostando sempre na qualidade dos serviços.
Investimento de 2 milhões de euros em França
Para além da plataforma em Portugal, a Transnate tem também instalações em França, que operam em logística de mercadorias provenientes de outros países. Estas instalações foram construídas numa área de 14.500 metros quadrados. Porém, o crescimento e desenvolvimento da empresa levou à aquisição de um terreno na Estrada Nacional 20 (N20) no departamento 91, a 30 quilómetros do Aeroporto de Orly (Paris). O projeto, que vai custar cerca de dois milhões de euros, está em fase de construção e prevê-se que esteja concluído em janeiro do próximo ano. Segundo António Marques, esta plataforma de “crossdocking” irá funcionar 24 horas por dia, «apoiando o serviço logístico da empresa e de outros clientes». Na área da construção, a Imolinate (empresa do grupo Transnate) vai também edificar uma urbanização de 10 vivendas individuais, com dimensões de 100 e 150 metros quadrados, uma empreitada com início previsto para janeiro de 2016.
Administrador da Transnate nomeado para galardão “Portugueses de Valor 2016”
António José Rodrigues, administrador do grupo Transnate, é um dos nomeados do galardão “Portugueses de Valor 2016”. O prémio reconhece os portugueses mais empreendedores da diáspora e vai ser atribuído pela revista “Lusopress Magazine”, que se publica no seio das comunidades portuguesas.
