A Câmara de Trancoso vai retomar a construção do Centro de Interpretação Judaica no centro histórico. A empreitada foi adjudicada há mais de um ano e esteve parada devido a escavações arqueológicas.
O projeto vai custar 1,2 milhões de euros, comparticipados por fundos comunitários, e destina-se a atrair mais visitantes ao concelho, sobretudo turistas judaicos. Com um prazo de execução de seis meses, o futuro equipamento dedicado a Isaac Cardoso (médico judeu que nasceu no início do século XVII em Trancoso) foi desenhado pelo arquiteto Gonçalo Byrne e está a ser construído na antiga Judiaria da cidade. Segundo o presidente Júlio Sarmento, atualmente prosseguem «as investigações que vão ditar os conteúdos multimédia do centro, que deverá abrir em 2012». O espaço dará destaque à antiga comunidade judaica local e englobará, entre outras valências, uma sala de exposições, uma pequena sinagoga para visitantes judeus, espaço museológico e centro de documentação bibliográfico.
«Quando estiver concluída, esta obra será uma âncora para atrair novos visitantes e ajudar a desenvolver o turismo judaico no concelho, onde, só no ano passado, dormiram cerca de 800 judeus de origem israelita. É um nicho de mercado que Trancoso não pode deixar de aproveitar», referiu. A presença judaica na cidade está bem evidente na existência de cerca de 200 marcas cruciformes já identificadas em construções do centro histórico, onde viveu uma das mais dinâmicas comunidades judaicas do país até ao séculos XVI e XVI. Trancoso, Guarda e Belmonte acolhem, a partir de domingo, o II Festival Internacional da Memória Sefardita, que inclui conferências, exposições e atividades culturais. O destaque vai para as homenagens ao embaixador Carlos Sampayo e ao secretário Alberto Branquinho, que salvaram mais de mil judeus na Hungria durante a II Guerra Mundial, mas também para a evocação da obra de resgate do capitão Barros Basto.
