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Trabalhos vão recomeçar este ano no troço Guarda-Covilhã da linha da Beira Baixa

Conclusão da modernização da via entre as duas principais cidades da região está parada desde março de 2009 após investimento de 10 milhões de euros

Os trabalhos no último troço da linha ferroviária da Beira Baixa, entre a Guarda e a Covilhã, parados desde 2009, deverão ser retomados no final deste ano com a construção da nova ponte do Corge, na Covilhã. A conclusão da modernização da via foi confirmada pelo presidente da EP/REFER na passada quinta-feira, durante a inauguração das instalações conjuntas dos serviços distritais daquelas empresas na estação de caminhos de ferro da Guarda.

A abertura do concurso público para aquela intervenção é o ponto de partida para o reinício da empreitada, garantiu António Ramalho aos jornalistas. «A conclusão do troço Guarda-Covilhã da linha da Beira Baixa tem prioridade “A” no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI) do Governo para 2015-2019, no âmbito do qual se pretende aproveitar os próximos fundos comunitários para concluir obras consideradas estratégicas», lembrou o responsável. No entanto, o presidente da EP/REFER, que resultou da fusão da Estradas de Portugal e da Rede Ferroviária Nacional, não se comprometeu com datas, dizendo apenas que «quando tivermos todo o planeamento da obra iremos anunciá-lo». O que é certo para António Ramalho é que este troço, com 44 quilómetros entre as duas cidades, «é importante porque faz parte de uma parte fundamental da rede».

Tanto mais que a linha da Beira Alta também vai ser intervencionada nos próximos anos, pelo que a ferrovia da Beira Baixa será uma alternativa determinante. «Esta linha pode permitir escoar o tráfego enquanto decorrem as obras pelo que o planeamento conjugado das duas faz todo o sentido, tanto mais que cerca de 60 por cento do movimento de mercadorias em direção à fronteira vem do Entroncamento», revelou o gestor. Presente na cerimónia, Álvaro Amaro mostrou-se «muito satisfeito» com este anúncio, tendo salientado que as obras nesta ligação ferroviária Guarda-Covilhã «começam em 2015». O presidente da Câmara da Guarda admitiu que «só esperava que os trabalhos avançassem no quadriénio 2016-2020. Pelos vistos, são agora ainda mais irreversíveis, são uma realidade».

Recorde-se que no PETI a modernização e eletrificação do último troço da Linha da Beira Baixa implica um investimento de 80 milhões de euros. Os comboios não circulam entre a Guarda e a Covilhã desde março de 2009 para permitir a conclusão das obras de modernização e eletrificação da via. A empreitada já custou 7,5 milhões de euros na melhoria da via entre Caria e Belmonte e mais 2,5 milhões na reabilitação do túnel do Barracão. De resto, esta foi a única intervenção concluída no concelho da Guarda, onde pontes e ferrovia continuam por requalificar. Falta também a eletrificação do último troço da Linha da Beira Baixa até à cidade mais alta – atualmente, esta melhoria acaba na Covilhã, onde chegou em novembro de 2011.

Nova ponta do Corge custa 2,5 milhões

O concurso público para a construção da ponte do Corge foi lançado na segunda-feira com um preço-base de 2,5 milhões de euros. O objetivo é substituir a ponte metálica construída em 1891 que, segundo a REFER, está em «avançado estado de degradação» e não é possível recuperar. O prazo de execução é de 360 dias a partir da data de consignação, estimando-se que a nova ponte, de betão armado pré-esforçado com 224 metros de comprimento e até 34 metros de altura, tenha início no final de 2015. A empresa adianta que a nova ponte permitirá «futuramente o aumento da capacidade de carga transportada, da velocidade de circulação das composições, a diminuição dos custos de manutenção e o incremento da segurança».

Luis Martins Apesar de não se comprometer com datas, anúncio de António Ramalho deixou Álvaro Amaro «muito satisfeito»

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