O plenário dos trabalhadores da Gartêxtil, realizado segunda-feira, decorreu à porta fechada e adiou, mais uma vez, para dia 22 de Janeiro o ultimato quanto à resolução do “impasse” vivido pelos 190 trabalhadores, com salários em atraso desde Maio de 2002. Já a anunciada consoada frente ao Governo Civil da Guarda não obteve o consenso dos trabalhadores e foi por isso eliminada das acções de protesto. Carlos João, dirigente do Sindicato Têxtil da Beira Alta (STBA), explicou que o último plenário do ano «correu bem» e que tudo está a ser feito para resolver a situação da empresa o mais depressa possível. Segundo o delegado sindical, a proposta de reabertura da empresa estará «neste momento» a ser estudada pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI) e deverá «arrancar» com o Grupo Carveste. Não há, contudo, certezas quanto ao número de trabalhadores que irão integrar de novo a fábrica de confecções da Guarda-Gare e se esta vai retomar a sua actividade em Janeiro. Opinião contrária parecem ter os trabalhadores, que consideram ser esta uma situação «mais que saturante», uma vez que «não chegaram a um consenso» e saíram do plenário com a sensação de que «nada tinha ficado resolvido», afirmou Liliana Ferreira. «Consciente» do peso do próximo dia 24 de Dezembro e do facto de muitos trabalhadores já não se encontrarem a receber subsídio de desemprego, Carlos João acredita que «tudo pode ser decidido dentro de dias» e garante que, mesmo sem subsídio de desemprego, os trabalhadores «só perdem o vínculo à empresa caso o contracto seja rescindido».