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Torre de Santo António à venda

Montepio Geral só revela pormenores do negócio a potenciais interessados

A emblemática Torre de Santo António, na Covilhã, está a venda. O Montepio Geral, proprietário do edifício, está decidido a fazer negócio e publicou um anúncio, no último sábado, no suplemento imobiliário do jornal “Expresso”. Só não se sabe é quanto quer o banco pela «torre habitacional inacabada». Certezas só mesmo o facto do acordo anunciado pela autarquia em 2005, para a requalificação do prédio, ter ido por água abaixo.

Na altura, a intervenção privilegiava a conclusão do projecto inicial, dos anos 70, para além da recuperação da torre. Estava ainda prevista a construção de dois edifícios de suporte lateral na base, formando um “T” invertido. Os primeiros pisos seriam destinados ao comércio e estacionamento, enquanto a torre acolheria apartamentos. Ainda antes, o edifício de 20 andares, considerado por muitos o maior erro urbanístico da cidade, esteve para ir abaixo em 2002, por deliberação do executivo. Desenhada pelo arquitecto Fernando Pinto de Sousa, pai do actual primeiro-ministro, a torre recebeu a primeira aprovação camarária em 1976, no executivo então presidido por Augusto Lopes Teixeira. Sustentada num financiamento bancário, a construção arrancou, mas a gestão dos recursos não terá sido a melhor, o que levou ao abandono dos trabalhos na década de 80.

Na altura, parte do edifício já estava em fase de acabamentos. Pouco depois, votado ao abandono, o imóvel foi vandalizado e ocupado ilegalmente. Numa das últimas fases, o projecto previa a construção de quatro fogos por piso, sendo uma parte destinada a uma unidade hoteleira e a outra a habitação. No topo seria instalado um restaurante panorâmico. O prédio fazia parte de um conjunto de três edifícios de habitação (com 60 apartamentos), comércio e estacionamento, mas só um foi erguido. Confrontado sobre a venda do imóvel, João Esgalhado, vereador com o pelouro do Urbanismo na Câmara da Covilhã, não quis prestar declarações. Apesar das inúmeras tentativas, O INTERIOR também não conseguiu obter qualquer esclarecimento do Montepio Geral sobre este negócio.

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