Os responsáveis de alguns dos jornais da região Centro seleccionados para membros fundadores da “Rede Expresso” estão confiantes no êxito do projecto. Ainda assim, sublinham que tem que haver um espírito de colaboração mútua entre todas as partes, sem que nenhuma imponha regras.
Para Isabel Bordalo, directora do “Jornal do Centro”, de Viseu, «todos temos a ganhar com esta rede», realçando que, para além da troca de informação entre os vários jornais, existem «outras portas abertas que cada jornal poderá aproveitar de acordo com o que entender como conveniente para o seu projecto», frisa. De resto, «há uma série de sinergias que se podem estabelecer», acredita. Isabel Bordalo diz que a “Rede Expresso” pode ser uma «boa forma de desenvolvimento» da imprensa regional, mas desde que os jornais seleccionados pelo país fora «tenham sempre uma palavra a dizer». Neste sentido, não pode vingar a ideia, «que ainda pode existir», de que o “Expresso” vai «”colonizar” os jornais regionais», já que o maior semanário português tem a vantagem de contar com «grande experiência», mas, em contrapartida, as publicações regionais «já demonstraram que têm coisas a dizer e lições a dar», assevera.
Já José Júlio Cruz, sub-director da “Reconquista”, de Castelo Branco, revela que o semanário albicastrense ficou «agradado» com o convite do “Expresso” e que vai tentar responder «com profissionalismo, independência e qualidade» ao protocolo. A “Rede Expresso” é vista como «uma oportunidade» para os jornais regionais provarem aquilo que valem, uma vez que tem reinado «alguma confusão» em Portugal, o que leva a que «o país das grandes metrópoles», como Lisboa e Porto, «ignore o que é a imprensa regional», conta. Neste sentido, esta parceria veio dar «alguma visibilidade» a esse nível e provar que existem jornais espalhados por todo o país que fazem um «trabalho de qualidade», sublinha. Por seu turno, Soares Rebelo, director-adjunto do diário “As Beiras”, de Coimbra, adianta que as expectativas são «boas», sendo que uma «questão muito importante» neste acordo é a da vertente da formação, que, para o seu jornal, tem uma importância «decisiva», afirma. Contudo, destaca que o sucesso da iniciativa irá depender «de nós», já que «isto não é a panela de ferro contra a panela de barro», mas sim uma «parceria em que todas as partes terão que vingar, tirarem proveito e colaborarem entre si», sublinha. Por último, João Aguiar Campos, director do “Diário de Minho”, de Braga, também se mostrou confiante no sucesso da iniciativa do “Expresso”: «Acho que estamos num momento de valorização da imprensa regional que vê o seu valor reconhecido por um jornal de grande referência», considera.