Militantes vão ter que regressar às urnas, em data a anunciar, para desfazer o empate a 177 votos registado para a mesa do plenário, a que concorrem Alfredo Freire e António Júlio Aguiar.
Aos 34 anos, Tiago Gonçalves chega à liderança do PSD da Guarda. No sábado o advogado e deputado municipal venceu as eleições para a comissão política concelhia com onze votos de diferença sobre Júlio Santos. Contudo, os militantes vão ter que regressar às urnas, em data a anunciar, para desfazer o empate a 177 votos registado para a mesa do plenário, a que concorrem Alfredo Freire, afeto à lista vencedora, e António Júlio Aguiar, apoiante de Júlio Santos.
Para a secção, o diretor de campanha de Álvaro Amaro nas últimas autárquicas obteve 183 votos, enquanto o presidente cessante da mesa do plenário conseguiu 172. Houve ainda 20 votos nulos e dez brancos, numa eleição em que participaram 385 dos 526 militantes em condições de votar. Em declarações aos jornalistas, Júlio Santos admitiu que foi por pouco que não venceu: «Foi um resultado aguerrido, foi quase “fifty-fifty” com perto de metade dos votantes a apostarem no meu projeto, mas foi o resultado que os militantes propiciaram e que aceitamos», disse. O candidato derrotado espera agora que o vencedor dê «os passos para a união» do partido e declarou que está «disponível para isso», sendo que essa aproximação tem que ser feita «através do diálogo». Por sua vez, Tiago Gonçalves afirmou que «estamos naturalmente muito satisfeitos porque conquistámos o nosso objetivo, acrescentando que quer promover a união do PSD da Guarda e envolver os militantes na discussão política do partido.
«Uma das formas de promover essa união é o gabinete de estudos que queremos criar refletir a diversidade destas eleições e envolver também vários militantes que estiveram na lista de Júlio Santos», adiantou, reiterando que essa «é uma possibilidade», até porque «há gente de muito valor na lista adversária». O novo líder considerou também que o «resultado equilibrado» desta eleição revela que houve duas listas «muito ativas e muito empenhadas» e que agora é preciso «um esforço de união e é isso que vamos fazer, tal como estava no nosso programa eleitoral». Tiago Gonçalves espera igualmente que os militantes «correspondam» quando lhes for pedido para darem «o seu melhor» pelo partido na Guarda. O sucessor de Luís Aragão, que não se recandidatou, sublinhou ainda que será «em prol e em total solidariedade com todos os órgãos autárquicos eleitos que iremos trabalhar» e revelou que a concelhia está preparada para lidar com a eventual saída antecipada de Álvaro Amaro da Câmara. No entanto, o líder social-democrata considerou que, «para a Guarda, é importante que Álvaro Amaro se mantenha o máximo de tempo possível na execução do programa que propôs aos guardenses e que tem a obrigação de executar».
Primeira reunião da comissão política no Marmeleiro
Tiago Gonçalves revelou que a primeira reunião de concelhia será feita no Marmeleiro para «ajudar a resolver o problema» que se vive naquela freguesia (ver pág. 6). «É um assunto que vai merecer o nosso maior empenho», prometeu. Já para a Distrital, cujas eleições ainda não estão marcadas, Tiago Gonçalves anunciou que dará liberdade de voto: «Oportunamente apoiarei um dos candidatos, mas sempre enquanto militante e nunca como presidente da concelhia, estrutura que nunca tomará posição qualquer candidato. Isso será para os militantes individualmente», afirmou. Aumentar o número de militantes, descentralizar as reuniões do plenário e da comissão política, organizar a «grande» convenção autárquica do PSD e criar um gabinete de estudos para «projetar a Guarda de 2030», mas também reunir com as concelhias sociais-democratas da Covilhã e Fundão para «lutar por políticas diferenciadoras» para a região, são algumas das propostas de Tiago Gonçalves. Além do presidente foram eleitos para a comissão política concelhia Cecília Amaro e Pedro Nobre (vice-presidentes), António Mendes (secretário-geral), Luís Baía, Luís Fernandes, Afonso Proença, António Venâncio Gonçalves, Paula Ribas, entre outros.
Luis Martins