Nota prévia: neste artigo o leitor encontrará parágrafos tão desgarrados e sem interligação como o futebol praticado pela equipa do Sporting. Cada um dos parágrafos foi escrito num lenço mostrado a José Peseiro no último domingo. O autor deseja a melhor sorte ao ex-treinador leonino para as suas aulas de Educação Física.
As raparigas que ainda me dirigem a palavra manifestaram-me o seu desagrado em relação ao texto publicado a semana passada. Uma estava muito indignada e a outra tinha ficado um pouco mal disposta, embora isso também se pudesse dever a um soufflé de gambas que tinha comido ao almoço.
Há duas razões fundamentais pelas quais os homens – heterossexuais – gostam de mulheres bonitas. Uma é serem mulheres, outra é serem bonitas.
Desconheço estudos científicos sobre a matéria e seria de todo conveniente a Fundação Calouste Gulbenkian avançar com bolsas de investigação sobre as funções da memória visual e da memória verbal no cérebro masculino. Alguma dose de empirismo mostra que os homens nunca se esquecem das mulheres que conhecem, não se dão é muito bem com nomes.
José António Saraiva diz que nunca esperou ficar tantos anos no jornalismo. Eu nunca acreditei que ele realmente lá estivesse. Tal como se costuma dizer acerca de Salazar, também Saraiva devia ter deixado a direcção do Expresso no fim da Segunda Guerra Mundial. Consta que o editorialista principal do semanário abandonará as suas funções para fazer um curso de formação do CENJOR.
Daniela Cicarelli declarou a uma revista que fez uma pausa no amor. Moça recatada, Daniela confirma que sempre que troca de namorado faz uma pequena pausa. Na realidade, durante algumas dessas paragens chega a levantar-se da cama para tratar da higiene pessoal.
Carrilho disse esta semana que se sentia como Sócrates. As suas palavras exactas foram “Sócrates, o grego, traído pelo voto do povo, não esse senhor que aparece na televisão”. “Um dia também eu vou ter uma estátua”, disse Carrilho, “e não estou a falar da Bárbara”.
A Al-Qaeda publicou anúncios de emprego a pedir técnicos de informática. Esta pode ser uma boa oportunidade para os funcionários públicos descontentes com a nova idade da reforma imposta pelo governo socialista. Por norma, os trabalhadores deste grupo islâmico deixam de trabalhar muito antes dos 65 anos.
António Dias da Cunha não queria que Peseiro fosse embora porque o achava muito profissional. Se isso fosse critério, no próximo domingo seria ainda Robert Waseige a treinar a equipa contra o Madalena na Série D da 2ª Divisão B.
Os colunistas escrevem uma vez por outra artigos em tópicos desconexos por quatro razões: por pretenderem expressar uma variedade de ideias que represente a complexidade do mundo actual; por não saberem escrever um texto do princípio ao fim; por quererem chegar a editorialista do Expresso; e por não quererem.
Por: Nuno Amaral Jerónimo