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Têxtil de Loriga encerra e deixa 20 desempregados

Cerca de 70 trabalhadores ficaram sem emprego no concelho de Seia na última semana

O ano de 2005 começou de forma preocupante em Seia após o encerramento de duas empresas do sector têxtil, que atiraram para o desemprego cerca de 70 trabalhadores. Após o fim da Alvalã (Vila Cova à Coelheira), com perto de 50 operários, soube-se que também a fábrica Jamobril (Loriga) fechou as portas na semana passada. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta (STBA), Carlos João, esta empresa encerrou devido, alegadamente, à «falta de trabalho por ausência de encomendas e por derrapagem económica», com os operários a terem atrasado o pagamento de quatro meses de salário incluindo os subsídios.

Cada vez mais preocupada com este cenário está a Câmara de Seia, que em Outubro passado solicitou a intervenção urgente do Governo para resolver a crise que afecta as empresas do sector no concelho e que ameaça cerca de 400 postos de trabalho. Em carta enviada ao ministro das Actividades Económicas e do Trabalho, Eduardo Brito referiu que os problemas estão a surgir em empresas que, na sua maioria, foram objecto de reestruturação através do sistema de incentivos à revitalização e modernização empresarial (SIRME), do IAPMEI. Estes apoios foram aplicados sobretudo nas fábricas Moura Cabral (Loriga), Alvalã (Vila Cova), Têxtil das Lamas (Santa Marinha) e Vodrages (Vodra), mas o autarca já alertava para a situação «mais preocupante» em Loriga e Vila Cova por causa do predomínio têxtil nestas localidades e das respectivas empresas atravessarem actualmente «grandes dificuldades». O presidente do município estava convicto que a crise resulta das «dificuldades económicas que advêm da conjuntura» do país, que, na sua opinião, afecta sobretudo as regiões do interior. «Se ficarmos apenas dependentes do funcionamento do mercado, as consequências sociais serão muito graves», avisava Eduardo Brito. «Está em causa a coesão social do concelho. O Estado não pode refugiar-se na lógica dos números, tem que intervir e não pode fazer de conta que não acontece nada», sublinhou, tendo sugerido na altura a reavaliação dos acordos e da participação do Estado nestas empresas, através do IAPMEI.

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