“Montneve – by Covilhã” é a marca que passará a certificar e identificar os lanifícios da “cidade neve” a nível nacional e internacional. O logótipo e o design que suportam os protótipos de blusões de lã já criados em parceria pelas empresas de lanifícios e de confecções do concelho foram apresentados na semana passada na Câmara da Covilhã e estiveram em exposição na Covifeira – Feira das Actividades Económicas e Comerciais do concelho.
Apoiada pela iniciativa comunitária Equal, a marca foi criada no âmbito do projecto ReAdapt – Rede para o Desenvolvimento Económico e Social da Covilhã, onde estão integradas a Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), a Câmara da Covilhã e outras entidades do concelho, para afirmar a Covilhã como importante pólo industrial dos lanifícios como foi outrora e eliminar assim a dependência das empresas estrangeiras. Assim, numa primeira fase, a marca “MontNeve” vai passar a identificar os artigos de vestuário e têxteis-lar, sendo que o objectivo a longo prazo é ser «estendida a outro tipo de artigos» característicos da cidade e da Serra da Estrela, adiantou José Robalo, presidente da Anil.
Para já, a Anil e a Câmara estão a preparar uma candidatura ao Programa Operacional de Economia para lançar a marca no mercado, prevendo-se ainda a criação em Setembro de um gabinete para desenvolver novos produtos. «Não se pode lançar uma marca só com um produto. Temos que ter uma colecção de artigos que estão já a ser criados», adiantou José Robalo, manifestando a vontade de fazer uma passagem de modelos em Janeiro ou Fevereiro com os produtos entretanto desenvolvidos. «Este é o princípio de uma caminhada que espero que vá longe para que daqui a uns anos esta marca tenha a mesma notoriedade de algumas marcas nacionais e internacionais», disse o empresário.
Para Carlos Pinto, a criação de uma marca que identifique as empresas de lanifícios da região e a origem dos produtos é essencial para que «o nome da Covilhã se torne conhecido» mundialmente. O autarca falava a propósito dos tecidos covilhanenses serem utilizados em marcas internacionais de renome, como a Armani, «sem tirar partido desses benefícios». Para além de ser uma forma de «justiça», a ideia é «identificar todo um espaço têxtil de conhecimento, investigação, inovação e criatividade» através da “Montneve”. «Com esta marca, estamos a certificar e a garantir a qualidade das matérias-primas, design e charme no próprio produto», destacou o autarca, sublinhando ainda que esta imagem irá «defender o nome Serra da Estrela». Acreditando que as marcas que estão agora a ser criadas serão as que existirão em 2020 no sector têxtil, Carlos Pinto lançou o repto para se aproveitarem os fundos existentes no Quadro Comunitário de Apoio em vigor para se «começar a difusão» da “Montneve- by Covilhã”.
Para além de criar uma marca própria para os produtos têxteis, o ReAdapt, projecto criado em Dezembro de 2002 com um apoio de 748 mil euros do programa comunitário Equal, tinha ainda como objectivos a criação de uma rede de desenvolvimento integrado entre as empresas de confecções e de lanifícios da região, a criação de um observatório de desenvolvimento económico e social do concelho e atrair investimento para o concelho. Além da Anil e da Câmara, fazem parte deste projecto, o Centro de Formação Profissional para a Indústria de Lanifícios (CILAN), o Centro de Formação Profissional da Indústria de Confecção (CIVEC), a Universidade da Beira Interior (UBI), a Santa Casa da Misericórdia, o Sindicato Democrático dos Têxteis (Sindetex) e a Global Change (empresa de consultadoria).
Liliana Correia