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Escola Superior de Tecnologias de Saúde da Guarda continua em análise

Com o próximo ano lectivo à porta, valores das propinas ainda não foram fixados no IPG mas responsáveis acreditam que não vão sofrer alterações

A Escola Superior de Tecnologias de Saúde da Guarda parece ir continuar na gaveta pela terceira vez consecutiva. No Instituto Politécnico da Guarda (IPG) ainda não há nenhuma resposta da parte da tutela, mas o tempo está-se a esgotar e para o vice-presidente, Amarelo Fernandes, já são «poucas as probabilidades» desta nova unidade orgânica do IPG ainda ser criada este ano. «O processo continua em análise», esclareceu, por sua vez, fonte do gabinete da Ministra da Ciência e do Ensino Superior.

Apesar de ainda não haver uma resposta oficial por parte do MCES, o vice-presidente do IPG já não acredita na sua criação neste ano lectivo, pois «os cursos ainda não foram criados» e o início das aulas está próximo. No entanto, vai continuar a aguardar alguma deliberação oficial, até porque também «nenhuma das outras escolas anunciadas como acções de governação arrancaram ainda», constata Amarelo Fernandes. Recorde-se que esta medida fazia parte da reorganização da rede de Ensino Politécnico Público da área da Saúde, para além da Guarda, também Leiria, Viseu, Beja e Portalegre, integravam a lista. Isto depois de um parecer favorável do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), em relação à transformação da Escola Superior de Enfermagem da Guarda em Escola Superior das Tecnologias da Saúde. Mas como nenhum dos cursos foram criados em tempo útil «é pouco provável» que essa medida ainda seja comunicada para o próximo ano lectivo, confessa o professor. Segundo o gabinete de comunicação do MCES, a aprovação desta escola «encontra-se ainda em análise».

A batalha das propinas

Por causa dos sucessivos cortes orçamentais as universidades e institutos politécnicos do país foram obrigados, na sua maioria, a aumentar o valor das propinas apesar da fervorosa contestação dos estudantes. Uma cenário que ainda não se verifica no IPG onde, por enquanto, não foi fixada nenhuma taxa, «o que deverá ficar decidido no próximo Conselho de Administração», assegura o vice-presidente do Politécnico guardense. Até porque o montante das propinas é fixado autonomamente por cada escola, com a excepção da Escola Superior de Turismo e Telecomunicações, em Seia, que «ainda não tem autonomia administrativa e financeira», recorda Amarelo Fernandes. Já o presidente da Associação Académica da Guarda, Nuno Silva, está confiante que o valor das propinas para este ano «não vai sofrer grandes alterações». Por isso já reuniu com o director da Escola Superior de Educação da Guarda, Joaquim Brigas, que terá prometido manter a propina mínima já estipulada no ano passado, que ronda os 400 euros. Hoje é a vez de reunir com o director da ESTG, Jorge Leão, e por isso só no final desta reunião haverá certezas em relação ao valor fixado por esta escola. No entanto, Nuno Silva, acredita que também na ESTG o montante não vai ser alterado, «o qual é ligeiramente mais elevado do que na ESEG».

Este optimismo do presidente da Associação Académica da Guarda advém das «promessas e garantias» dadas pelos dois directores. Para contrariar o cenário pessimista a nível nacional, Nuno Silva acredita que o IPG vai «evidenciar-se pela diferença». Contactado por “O Interior”, o director da ESTG preferiu não se pronunciar sobre o assunto sem antes reunir com o porta-voz dos estudantes, o que estava previsto acontecer durante o dia de hoje. Já Joaquim Brigas, director da Escola Superior de Educação, adiantou que há a intenção de manter o mesmo valor, «só espero não ser penalizado pelas verbas disponibilizadas pelo MCES», adverte. A propina mínima vai por isso continuar a vigorar, até porque no ano passado a ESEG foi «das Escolas de Educação mais procuradas do país», sublinha o director, acrescentando ainda que «já basta o facto de estarmos no interior para sermos penalizados». Acredita, de resto, que em determinadas áreas específicas, como Medicina, «poderá justificar-se os avultados valores fixados por algumas instituições», o que não é o caso da ESEG.

Patrícia Correia

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