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Termas de Unhais da Serra «inovadoras ao nível da Península Ibérica»

Complexo hoteleiro e termo-lúdico deve ficar concluído no último trimestre deste ano

Estão já em fase de acabamentos as obras de construção do Complexo hoteleiro e termo-lúdico de Unhais da Serra, que representa um investimento superior a 15 milhões de euros e deverá estar pronto a abrir ao público no último trimestre deste ano. Segundo os seus promotores, trata-se de um projecto «estruturante» para a Serra da Estrela, uma vez que vem alargar o leque de oferta turística na região e «acabar» com a sua sazonalidade.

Para além de um hotel de quatro estrelas com 89 quartos, 17 dos quais são suites, o complexo contempla ainda um balneário termal, «que será o mais moderno do país», uma área dedicada à estética e cosmética ligada a um reconhecido laboratório francês, bem como uma parte termo-lúdica recreativa que, entre outras valências, dispõe de um circuito celta que está a ser feito pelos «melhores técnicos nacionais de reprodução de áreas artificiais». Outra mais-valia vocacionada para «alguns clientes de topo» será um “medical spa”, «o primeiro do país», sendo que em Espanha só existem dois, indica Luís Veiga, administrador da Sociedade Termal Unhais da Serra: «É a forma de alguns clientes poderem, tanto na área do tratamento estético, como na do nutricionismo e noutras complementares, sair daqui muito mais jovens», promete. Esta unidade tem como público-alvo as classes alta e média-alta de Portugal, Espanha, Bélgica, Alemanha e Holanda, revela, havendo a expectativa do hotel receber 25 mil utentes por ano. Trata-se de um projecto «estruturante, porque mexe com o turismo da região, que tem estado centrado no “produto” neve nos últimos anos», relembra o empresário.

«Temos aqui um produto complementar, perfeitamente inovador ao nível da Península Ibérica, já que só em Andorra e perto de Barcelona é que existem estruturas semelhantes», sublinha. Unhais vai ficar ainda a ganhar por mais duas razões. Primeiro, passará a dispor de um regulamento urbanístico que «vai impor a quem quiser construir novas casas um certo tipo de acabamentos, de modo a que não haja atropelos ao ordenamento, tal como se faz no resto da Europa organizada». Em segundo lugar, os habitantes da vila e das localidades limítrofes frequentarão, a partir de Fevereiro, cursos de formação onde serão elucidados sobre as «oportunidades de negócio que se lhes irão deparar com este complexo, tanto na área de comércio, como de serviços, pegando em exemplos do que aconteceu por essa Europa fora quando projectos desta envergadura foram despoletados». Será também ministrado um curso relacionado com o atendimento a um turista «que não é mediano, mas já com algum nível de exigência», revela Luís Veiga, para quem tem que «haver uma transformação radical para uma zona que nunca passou de um turismo de três estrelas».

Água para poupar energia

Em termos de temperatura da água, a expectativa dos responsáveis é obter em permanência entre 40 e 55 graus centígrados, o que permitirá manter todo o complexo, mas também «reduzir ao máximo a utilização de outras energias, como o gás e a electricidade», destaca. As águas das Termas de Unhais estão, especialmente, indicadas para o tratamento de vias respiratórias e reumatismos. O investimento global privado é 12,5 milhões de euros, sendo que à Câmara da Covilhã, ao participar no Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante de Base Regional (PITER) de Unhais da Serra, compete construir novos acessos e tornar a envolvente ao Complexo mais atraente. Para além das novas estradas de acesso, a autarquia ficou ainda encarregue da construção do parque de estacionamento exterior, de uma nova ponte sobre a ribeira, que permitirá o acesso à Nave de Santo António a partir de Unhais e a melhoria da iluminação e rede de água e saneamento. Um conjunto de trabalhos, orçados em cerca de três milhões de euros, que Luís Veiga acredita estarem concluídos quando o Complexo for inaugurado. Ao todo, a nova estrutura que promete “revolucionar” o turismo em Unhais e na zona da Serra da Estrela irá criar 60 postos de trabalho directos, um número que poderá duplicar em termos de postos indirectos, sendo que «a maior fatia serão pessoas desta zona da Estrela Sul, como Unhais, Paúl e Erada», refere.

Ricardo Cordeiro

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